TJTO - 0018367-75.2023.8.27.2706
1ª instância - 3ª Vara Civel - Araguaina
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
17/07/2025 02:59
Publicado no DJEN - no dia 17/07/2025 - Refer. aos Eventos: 68, 69
-
16/07/2025 02:25
Disponibilizado no DJEN - no dia 16/07/2025 - Refer. aos Eventos: 68, 69
-
16/07/2025 00:00
Intimação
Procedimento Comum Cível Nº 0018367-75.2023.8.27.2706/TO AUTOR: GUILHERME MARTINS SILVAADVOGADO(A): VONES PEREIRA DA SILVA (OAB TO007335)ADVOGADO(A): ELIEL MIRANDA FERREIRA (OAB TO008985)RÉU: CLARO S.A.ADVOGADO(A): JOSE HENRIQUE CANÇADO GONÇALVES (OAB MG057680) SENTENÇA I - RELATÓRIO Cuida-se de AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE LIMINAR C/C RESTITUIÇÃO INDÉBITA C/C DANO MORAL movida por GUILHERME MARTINS SILVA em detrimento de CLARO S.A., partes já qualificadas nos autos em epígrafe.
Em síntese, narrou o autor que é cliente da empresa requerida e que esta passou a lhe cobrar por serviços de valor adicionado ("Claro Banca", "Claro Video", etc.) que jamais solicitou, configurando venda casada e violação ao dever de informação, o que lhe teria causado danos materiais e morais.
Expôs o direito e pugnou pela concessão da tutela provisória, com o fito de que a ré apresentasse as faturas dos últimos 5 (cinco) meses.
No mérito, pugnou pela repetição em dobro dos valores pagos e pela condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais.
Com a inicial, juntou documentos que reputou indispensáveis.
Recebida a exordial, foi deferida a gratuidade de justiça e a inversão do ônus da prova, sendo indeferida a tutela provisória (evento 10, DECDESPA1).
Citada, a ré apresentou Contestação (evento 17, CONT1).
Em sua defesa, arguiu, em suma, que os serviços questionados são benefícios integrantes do pacote promocional contratado pelo autor ("Oferta Conjunta Claro Mix"), sem custo adicional.
Sustentou a inexistência de ato ilícito e de danos, pugnando pela total improcedência da ação.
Juntou, entre outros documentos, o áudio de ligação telefônica que formalizou a migração de plano do autor.
Intimado, o autor apresentou réplica (evento 24, REPLICA1). Realizada audiência de conciliação, esta restou inexitosa (evento 50, TERMOAUD1).
Instadas a especificarem provas, as partes requereram o julgamento antecipado da lide.
Empós, vieram-me os autos conclusos para Julgamento. É o breve relatório. DECIDO.
II - FUNDAMENTAÇÃO O feito comporta julgamento antecipado, nos termos do artigo 355, inciso I, do Código de Processo Civil.
Sem questões preliminares, passo à análise do caso em concreto.
MÉRITO A controvérsia reside em aferir se houve falha na prestação do serviço por parte da empresa requerida, consubstanciada na suposta inclusão de serviços não solicitados pelo consumidor, e se de tal conduta decorreram danos passíveis de reparação.
A parte autora fundamenta toda a sua pretensão na premissa de que não anuiu com a contratação dos serviços de valor adicionado que passaram a constar em suas faturas.
Alega que foi surpreendida com a inclusão de "Claro Banca", "Skeelo", entre outros, em seu plano de telefonia, o que, a seu ver, configuraria prática abusiva e venda casada.
A requerida, por sua vez, em robusta contestação, não apenas nega a prática ilícita, como também apresenta prova contundente que elimina, de maneira cabal, a tese autoral: o áudio da chamada telefônica por meio da qual o autor, de livre e espontânea vontade, anuiu com a migração para o novo plano; "Claro Mix".
Pois bem.
Da análise detida do contexto probatório, em especial o áudio encartado ao evento 17, OUT7, extrai-se, de forma inequívoca, que houve oferta clara e expressa ao autor, acerca da migração de plano, com aceitação voluntária do consumidor, após ouvir as principais vantagens dos serviços, bem como acerca da fidelidade e multa proporcional em caso de cancelamento antecipado.
A formação de um negócio jurídico válido, nos termos do artigo 104 do Código Civil, exige agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei.
No caso dos contratos de consumo celebrados por telefone, a manifestação de vontade, gravada e registrada, constitui a forma pela qual o negócio se aperfeiçoa.
A prova encartada aos autos demonstra, sem margem para dúvidas, a existência de uma oferta clara e de uma aceitação livre e informada, preenchendo os requisitos para a validade do contrato.
A alegação de desconhecimento sobre os serviços não merece prosperar.
O autor não foi cobrado por "Claro Banca" ou "Skeelo"; ele foi cobrado pelo plano "Claro Controle 8 gigas", ao qual anuiu expressamente.
A forma como a requerida estrutura internamente a fatura, discriminando os serviços de valor adicionado e aplicando descontos, embora possa ser considerada uma prática contábil e de apresentação pouco transparente e que gera confusão, não tem o condão de macular a validade do negócio principal, que foi clara e expressamente pactuado.
O valor final cobrado pelo plano corresponde ao valor ofertado e aceito.
A confusão gerada pelo layout da fatura, por si só, não configura dano moral, mas sim um mero aborrecimento, incapaz de gerar o dever de indenizar, especialmente quando o negócio subjacente é legítimo.
Não se vislumbra, portanto, a ocorrência de venda casada, violação ao dever de informação ou qualquer outra prática abusiva que fundamente os pedidos autorais.
Em reforço: Classe Apelação Cível Tipo Julgamento Apelação Assunto (s) Repetição do Indébito, Responsabilidade do Fornecedor, DIREITO DO CONSUMIDOR, Assinatura Básica Mensal, Telefonia, Contratos de Consumo, DIREITO DO CONSUMIDOR Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator JACQUELINE ADORNO DE LA CRUZ BARBOSA Data Autuação 15/07/2024 Data Julgamento 31/07/2024 EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL.
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C PEDIDO DE TUELA DE URGÊNCIA.
SERVIÇO DE TELEFONIA.
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES .
ALEGAÇÃO DE COBRANÇA ACIMA DO PLANO CONTRATO.
INOCORRÊNCIA.
PLANO CLARO MIX.
COBRANÇA CONFORME PREVISÃO CONTRATUAL .
DETALHAMENTO DA FATURA.
FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO NÃO COMPROVADA.
DANO MORAL.
INEXISTENTE .
DANO MATERIAL INDEVIDO.
RECURSO SENTENÇA ACERTADA E MANTIDA.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1 .
Observa-se que no presente caso, o consumidor contratou o plano telefônico denominado "APLICATIVOS DIGITAIS - CLARO BANCA", pelo valor de R$ 8,00 (oito reais).
Da análise das faturas juntadas, verifica-se que os serviços questionados fazem parte do pacote contratado junto a empresa, ou seja, tais serviços estão inclusos no contrato, e o consumidor não paga valor a mais por isso, mas sim, o valor da franquia contratada. 2.
Em verdade, disponibiliza-se ao consumidor um pacote que é composto por vários aplicativos digitais, sem custo algum .
O valor dos respectivos serviços é discriminado na fatura, mas integra o preço do contrato, que permanece inalterado.
Logo, não há que se falar em cobrança indevida e tampouco, e, venda casada, não existindo o dano material indenizável. 3.
No presente caso, vislumbra-se, portanto, que a cobrança de "aplicativos digitais" pela empresa apelada no pacote oferta conjunta do Claro Mix se refere a serviços que não oneram o valor contratual, pois não estão sendo cobrados pela empresa recorrida na fatura, inexistindo acréscimo de cobrança extra, por tais serviços . 4.
Do mesmo modo, não se evidencia qualquer conduta ilícita da ré para configurar o dano moral alegado. 5. É cediço que o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 39, em seu inciso I, proibiu a prática da chamada "venda casada", que significa condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, entretanto, da análise do conjunto probatório acostado pelo recorrente, nota-se que o serviço que o recorrente alega estar sofrendo cobrança indevida, está incluso no pacote contrato de rubrica "APLICATIVOS DIGITAIS - CLARO BANCA", não restando, portanto, comprovada a modalidade ilegal aduzida . 6.
Recurso voluntário, conhecido e improvido. (TJ-TO - Apelação Cível: 00326373520238272729, Relator.: JACQUELINE ADORNO DE LA CRUZ BARBOSA, Data de Julgamento: 31/07/2024, TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS).
O autor não logrou êxito em comprovar o fato constitutivo de seu direito (art. 373, I, do CPC), qual seja, a falha na prestação do serviço.
Ao contrário, a ré demonstrou fato impeditivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC), provando a existência de uma contratação hígida e regular.
Dessa forma, não há que se falar em restituição de inébito ou dano moral, ante a ausência de falha na prestação dos serviços da requerida.
III - DISPOSITIVO Em face do exposto, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos iniciais, e o faço com resolução do mérito, a teor do art. 487, inciso I, do Código de Processo Civil.
CONDENO a parte requerente ao pagamento das custas processuais e dos honorários de sucumbência, estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 2º, do CPC. Fica suspensa a exigibilidade dos ônus de sucumbência, porque o autor é beneficiário da assistência judiciária gratuita. Interposto eventual Recurso, INTIME-SE a parte recorrida para a apresentação de contrarrazões e, em seguida, remetam-se os autos ao E.
TJTO.
Caso contrário e operado o trânsito em julgado, certifique-se.
Cumpridas as formalidades legais, proceda-se à baixa dos autos no sistema eletrônico, arquivando-se o feito com as cautelas de estilo.
Atenda-se o Provimento nº 02/2023/CGJUS/ASJCGJUS/TJTO.
Publicada e registrada eletronicamente.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Palmas/TO, data certificada no sistema. -
15/07/2025 17:06
Intimação Eletrônica - Expedida/Certificada - Sentença
-
15/07/2025 17:06
Intimação Eletrônica - Expedida/Certificada - Sentença
-
15/07/2025 17:06
Julgamento - Com Resolução do Mérito - Improcedência
-
07/07/2025 15:25
Juntada - Informações
-
16/06/2025 14:26
Conclusão para julgamento
-
11/06/2025 17:26
Remessa Interna - Outros Motivos - CPENORTECI -> NACOM
-
11/06/2025 17:26
Juntada - Outros documentos
-
06/06/2025 11:05
Despacho - Mero expediente
-
20/05/2025 15:08
Conclusão para despacho
-
19/05/2025 19:57
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 55
-
02/05/2025 15:31
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 54
-
24/04/2025 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. aos Eventos: 54 e 55
-
23/04/2025 17:31
Processo Corretamente Autuado
-
23/04/2025 17:30
Lavrada Certidão
-
14/04/2025 14:41
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
14/04/2025 14:41
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
11/04/2025 17:50
Despacho - Mero expediente
-
14/02/2025 14:56
Conclusão para despacho
-
14/02/2025 11:01
Remessa Interna - Outros Motivos - TOARACEJUSC -> CPENORTECI
-
14/02/2025 11:01
Audiência - de Conciliação - realizada - Acordo Inexitoso - Local Sala de conciliação do CEJUSC - 13/02/2025 17:30. Refer. Evento 40
-
11/02/2025 11:48
Juntada - Informações
-
10/02/2025 16:12
Protocolizada Petição
-
04/02/2025 23:06
Protocolizada Petição
-
23/01/2025 00:18
Decurso de Prazo - Refer. ao Evento: 41
-
06/01/2025 17:12
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 42
-
27/12/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. aos Eventos: 41 e 42
-
17/12/2024 17:50
Remessa para o CEJUSC - CPENORTECI -> TOARACEJUSC
-
17/12/2024 17:50
Intimação Eletrônica - Expedida/Certificada - Audiência
-
17/12/2024 17:50
Intimação Eletrônica - Expedida/Certificada - Audiência
-
17/12/2024 17:49
Audiência - de Conciliação - designada - meio eletrônico - 13/02/2025 17:30
-
13/12/2024 00:03
Decurso de Prazo - Refer. ao Evento: 35
-
12/12/2024 13:39
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 36
-
21/11/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. aos Eventos: 35 e 36
-
11/11/2024 13:32
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
11/11/2024 13:32
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
11/11/2024 13:32
Despacho - Mero expediente
-
26/05/2024 12:41
Protocolizada Petição
-
17/04/2024 11:38
Conclusão para despacho
-
16/04/2024 18:30
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 26
-
10/04/2024 18:12
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 27
-
10/04/2024 18:12
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 27
-
09/04/2024 01:57
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 26
-
08/04/2024 16:01
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
08/04/2024 16:01
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
08/04/2024 16:00
Ato ordinatório praticado
-
03/04/2024 17:45
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 19
-
01/04/2024 14:37
Despacho - Mero expediente
-
08/03/2024 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 19
-
06/03/2024 12:46
Protocolizada Petição
-
29/02/2024 00:02
Decurso de Prazo - Refer. ao Evento: 15
-
27/02/2024 13:26
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
27/02/2024 13:26
Ato ordinatório praticado
-
27/02/2024 13:23
Protocolizada Petição
-
27/02/2024 11:54
Protocolizada Petição
-
05/02/2024 20:01
Juntada - Carta pelo Correio Comprovante de entrega - Refer. ao Evento: 13
-
12/01/2024 12:57
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 11
-
11/01/2024 17:38
Expedido Carta pelo Correio - 1 carta
-
28/12/2023 23:59
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 11
-
18/12/2023 14:18
Expedida/certificada a intimação eletrônica
-
18/12/2023 14:18
Decisão - Não-Concessão - Antecipação de tutela
-
08/10/2023 10:58
Protocolizada Petição
-
01/09/2023 13:35
Conclusão para despacho
-
31/08/2023 18:26
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 5
-
31/08/2023 18:26
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 5
-
31/08/2023 14:03
Intimação Eletrônica - Expedida/Certificada - Despacho/Decisão
-
31/08/2023 14:03
Despacho - Mero expediente
-
30/08/2023 12:29
Conclusão para despacho
-
30/08/2023 12:29
Processo Corretamente Autuado
-
30/08/2023 12:07
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
30/08/2023
Ultima Atualização
17/07/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
SENTENÇA • Arquivo
DECISÃO/DESPACHO • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
DECISÃO/DESPACHO • Arquivo
DECISÃO/DESPACHO • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
DESPACHO • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
DECISÃO/DESPACHO • Arquivo
DECISÃO/DESPACHO • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0001222-87.2024.8.27.2700
Estado do Tocantins
Maria do Socorro Sales Freitas
Advogado: Willian Vanderlei de Andrade
Tribunal Superior - TJTO
Ajuizamento: 17/10/2024 14:15
Processo nº 0001222-87.2024.8.27.2700
Estado do Tocantins
Maria do Socorro Sales Freitas
Advogado: Abel Cardoso de Souza Neto
2ª instância - TJTO
Ajuizamento: 23/08/2024 14:23
Processo nº 0022717-03.2024.8.27.2729
Pedro Henrique Felix Bernardes
Estado do Tocantins
Advogado: Kledson de Moura Lima
1ª instância - TJTO
Ajuizamento: 06/06/2024 11:53
Processo nº 0011211-83.2025.8.27.2700
Fernanda Belmira Oliveira da Silva
Estado do Tocantins
Advogado: Felipe Mansur Almeida
2ª instância - TJTO
Ajuizamento: 17/07/2025 10:57
Processo nº 0000638-21.2024.8.27.2732
Luiz Antonio Carvalho Lima
Silvana Maria Queiroz Leal da Silva
Advogado: Licia Rackel Batista Oliveira
1ª instância - TJTO
Ajuizamento: 07/08/2024 11:36