TJPB - 0801639-34.2025.8.15.0201
1ª instância - 1ª Vara Mista de Inga
Polo Ativo
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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26/08/2025 10:47
Arquivado Definitivamente
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26/08/2025 10:47
Transitado em Julgado em 25/08/2025
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26/08/2025 04:41
Decorrido prazo de IVONETE MARIA DA SILVA DINIZ em 25/08/2025 23:59.
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26/08/2025 04:41
Decorrido prazo de BANCO BRADESCO CARTOES S.A. em 25/08/2025 23:59.
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31/07/2025 14:10
Publicado Sentença em 30/07/2025.
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31/07/2025 14:10
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 29/07/2025
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29/07/2025 00:00
Intimação
Poder Judiciário da Paraíba 1ª Vara Mista de Ingá PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) 0801639-34.2025.8.15.0201 [Indenização por Dano Material, Indenização por Dano Moral] AUTOR: IVONETE MARIA DA SILVA DINIZ REU: BANCO BRADESCO CARTOES S.A.
SENTENÇA Vistos, etc.
I - RELATÓRIO IVONETE MARIA DA SILVA DINIZ ajuizou AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de BANCO BRADESCO CARTOES S.A., ambos qualificados.
Narra a autora que o réu realizou descontos em sua conta bancária sem sua autorização, de nomenclatura “CARTÃO DE CRÉDITO ANUIDADE”.
Pugna, pois, pela declaração de inexistência dos débitos, pela devolução em dobro dos valores descontados, bem como por indenização por danos morais.
Citado, o promovido ofereceu contestação no id. 114950080.
Preliminarmente, suscita a falta de interesse de agir e a inépcia da inicial, assim como impugna a gratuidade judiciária deferida.
No mérito, argumenta que o cartão fora efetivamente contratado e utilizado pela autora, pelo que pede a improcedência dos pedidos autorais.
Réplica em seguida.
A parte promovida pediu o depoimento pessoal da autora.
A autora, por sua vez, o julgamento antecipado da lide. É o sucinto relatório.
Decido.
II – FUNDAMENTAÇÃO PRELIMINARES I - IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE JUDICIÁRIA É cediço que a gratuidade da justiça deve ser concedida sempre que a parte que a requerer se encontrar impossibilitada de arcar com as despesas relativas ao seu processo sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
Ademais, a presunção de carência de recursos milita em favor da pessoa física que a alega, cabendo à parte adversa provar o contrário.
Com efeito, a presunção de pobreza não fora rechaçada pelo réu, ônus da prova que lhe incumbe, já que a simples alegação de que possui patrimônio não induz à conclusão de que aufere rendimentos suficientes para pagar as custas processuais.
No caso dos autos, como o promovido não demonstrou a capacidade financeira da parte autora, não há motivos para alterar a decisão que deferiu a justiça gratuita.
II – FALTA DE INTERESSE DE AGIR A parte promovida suscitou a preliminar de ausência de interesse de agir por parte da autora, sob a alegação de que a requerente não requereu administrativamente a solução do conflito.
Não prospera a insurgência do demandado quanto à extinção do feito, por falta de interesse processual, fundamentada no não esgotamento da via administrativa.
Note que é ponto uníssono a desnecessidade de esgotamento da via administrativa para que a parte ingresse com ação judicial, ante os postulados constitucionais do acesso à informação (artigo 5º, inciso XIV, Constituição Federal de 1988) e do livre acesso à justiça (artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988).
Desta feita, não há que se falar em carência de ação por falta de interesse de agir, devendo a preliminar ser afastada.
III – INÉPCIA DA INICIAL Afasto a preliminar de inépcia da inicial, pois não vislumbro a existência de qualquer defeito na petição inicial que impossibilite a compreensão da matéria ou incida nas hipóteses previstas no art. 330, do CPC.
MÉRITO É cediço que os contratos bancários são celebrados entre instituição financeira e seus clientes, notadamente se pessoas físicas não empresárias, encontram-se submissos ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor - CDC (art. 3º, § 2º, da lei n.º 8.078/90).
E já vai longe o tempo em que ainda havia alguma discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da aplicação ou não do CDC, tanto que o próprio Superior Tribunal de Justiça – STJ já editou súmula sobre a matéria (Súmula 297 do STJ).
E disso decorre que a responsabilização do fornecedor de serviços – no caso concreto, o banco – é do tipo objetiva, ou seja, prescinde da prova de culpa da instituição financeira para que possa se concretizar.
Logo, a aferição da culpa torna-se prescindível no exame do feito, sendo suficiente, para que surja o dever de indenizar, a prova da conduta do agente e o nexo causal entre esta e o dano.
Não há que se perquirir quanto à existência de culpa, de maneira que o causador do dano só se exime da responsabilidade se provar: a) inexistência de defeito na prestação do serviço, b) fato exclusivo do consumidor ou de terceiro ou c) a ocorrência de caso fortuito ou força maior.
Em tais hipóteses, estaria excluído o nexo causal necessário à responsabilização.
Neste contexto, importa observar a documentação apresentada pela instituição financeira promovida nos autos.
No id. 114950082, é possível observar a efetiva utilização do cartão de crédito, através das diversas faturas acostadas aos autos.
Ora, tem-se, portanto, que a autora efetivamente utilizou o cartão de crédito, realizando compras através dele.
Não há, portanto, como afirmar que o promovente desconhecia a contratação, a fim de declará-la nula.
Nesse contexto, não se pode negar que o contrato impugnado foi autorizado, conhecido e utilizado pela parte autora.
Destaque-se que a inversão do ônus da prova não é medida a ser aplicada automaticamente, pois os fatos devem se revestir, no mínimo, de verossimilhança.
O instituto não foi concebido como medida para salvaguardar a má instrução probatória pela parte, ônus que lhe incumbe, mas para impedir situações de prejuízo ao consumidor em hipóteses nas quais esteja comprovada a verossimilhança de suas alegações ou sua hipossuficiência técnica/econômica.
E mesmo que assim não fosse, no caso dos autos, restou demonstrado o consentimento válido da parte autora acerca do ajuste celebrado com o banco.
Portanto, restou demonstrada a regularidade do contrato realizado entre as partes e a existência do débito, correspondente ao cartão de crédito, não havendo qualquer ilicitude na cobrança dos valores em questão.
Diante desse cenário, considerando a ausência de comprovação de falha na prestação de serviço pela instituição financeira demandada, impõe-se a improcedência da pretensão autoral.
III - DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pleito autoral, extinguindo o processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do Novo Código de Processo Civil.
Condeno a parte autora ao pagamento de custas e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da causa, inexigíveis ante a gratuidade deferida.
Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os autos.
Publicada e registrada eletronicamente.
Intime-se.
Ingá, data da assinatura digital.
RAFAELA PEREIRA TONI COUTINHO Juíza de Direito -
28/07/2025 13:02
Expedição de Outros documentos.
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28/07/2025 13:02
Julgado improcedente o pedido
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15/07/2025 09:34
Conclusos para decisão
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15/07/2025 04:53
Decorrido prazo de BANCO BRADESCO CARTOES S.A. em 14/07/2025 23:59.
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15/07/2025 00:57
Juntada de Petição de petição
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01/07/2025 17:05
Publicado Ato Ordinatório em 30/06/2025.
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30/06/2025 18:03
Juntada de Petição de petição
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28/06/2025 09:02
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 27/06/2025
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27/06/2025 00:00
Intimação
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA COMARCA DE INGÁ Juízo do(a) 1ª Vara Mista de Ingá Rua Pref.
Francisco Lucas de Souza Rangel, s/n, Jardim Farias, INGÁ - PB - CEP: 58380-000 Tel.: (83) 3394-1400 Telefone do Telejudiciário: (83) 3216-1440 ou (83) 3216-1581 PROCESSO Nº 0801639-34.2025.8.15.0201 AUTOR: AUTOR: IVONETE MARIA DA SILVA DINIZ REU: BANCO BRADESCO CARTOES S.A.
ATO ORDINATÓRIO INTIMO as partes para informarem quais provas pretendem produzir, no prazo de dez dias. 26 de junho de 2025 RODOLFO DEODATO DA SILVA Analista/Técnico Judiciário (Documento assinado eletronicamente) -
26/06/2025 13:03
Ato ordinatório praticado
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21/06/2025 00:17
Juntada de Petição de réplica
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20/06/2025 20:40
Juntada de Petição de contestação
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10/06/2025 11:23
Juntada de Petição de petição de habilitação nos autos
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03/06/2025 08:16
Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a parte
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03/06/2025 08:16
Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a IVONETE MARIA DA SILVA DINIZ - CPF: *41.***.*60-20 (AUTOR).
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31/05/2025 22:43
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
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31/05/2025 22:43
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
31/05/2025
Ultima Atualização
29/07/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Ato Ordinatório • Arquivo
Ato Ordinatório • Arquivo
Despacho • Arquivo
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