TJTO - 0009245-19.2025.8.27.2722
1ª instância - 1ª Vara de Feitos da Fazenda e Registros Publicos - Gurupi
Polo Passivo
Partes
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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22/08/2025 12:34
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 43
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22/08/2025 12:34
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 43
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21/08/2025 03:03
Publicado no DJEN - no dia 21/08/2025 - Refer. aos Eventos: 40, 41, 42
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20/08/2025 12:22
Protocolizada Petição - Refer. aos Eventos: 40 e 42
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20/08/2025 12:22
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 42
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20/08/2025 12:22
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 40
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20/08/2025 02:27
Disponibilizado no DJEN - no dia 20/08/2025 - Refer. aos Eventos: 40, 41, 42
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20/08/2025 00:00
Intimação
Mandado de Segurança Cível Nº 0009245-19.2025.8.27.2722/TO IMPETRANTE: ADRIANA MARCELINO VIEIRA FAGUNDESADVOGADO(A): LUCYWALDO DO CARMO RABELO (OAB TO002331)IMPETRANTE: JULIANA MARCELINO FAGUNDESADVOGADO(A): LUCYWALDO DO CARMO RABELO (OAB TO002331)IMPETRADO: INSTITUIÇÃO ADVENTISTA CENTRAL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIALADVOGADO(A): MARCEL DE ALMEIDA AYRES GOMES (OAB TO08200B) SENTENÇA I - Do Relatório Cuidam os autos de MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR interposto por JULIANA MARCELINO FAGUNDES, em desfavor da Diretora do INSTITUIÇÃO ADVENTISTA CENTRAL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL e outro, devidamente qualificados nos autos, porquanto alega que foi aprovado no vestibular oferecido pela demandada para o Curso de Agronomia.
Ocorre que ainda não concluiu o último ano do ensino médio, pelo que está impossibilitada de realizar sua matrícula na Faculdade, posto necessitar do Certificado de Conclusão do Ensino Médio para tal, pugnando pelo deferimento de medida a fim de compelir as requeridas a efetuar a sua matrícula.
O pedido liminar foi deferido no ev. 7.
Informações prestadas nos eventos 30 e 36.
Relatados o que interessa, Decido. II - Da Fundamentação. Em primeiro plano, vejo que os requisitos para a impetração estão presentes, donde as partes são legítimas para figurar nos devidos pólos.
Não há questões prejudiciais de mérito a serem apreciadas, se achando devidamente instruído o pedido, estando o processo maduro para julgamento. No caso em análise restou demonstrada a aprovação da parte autora no vestibular da Instituição de Ensino Superior como requisito para ingresso no curso almejado. Informou a parte autora, bem como se afere pela resistência à pretensão, ter-lhe sido negada a matrícula na Instituição, sob argumento de não ter concluído o Ensino Médio.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei no 9.394/1996) organiza o sistema de ensino em níveis escolares de educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e educação superior. Consoante o previsto na referida norma, presume-se que após a conclusão do ensino médio, o estudante estará apto a ingressar no ensino superior, como um caminho natural.
Saliento, entretanto, que esses preceitos normativos devem ser interpretados em harmonia com a Constituição Federal, a qual, em seu art. 208, inciso V, dispõe que o acesso aos diversos níveis de educação depende da capacidade de cada um, sem explicitar qualquer critério restritivo. Destarte, verifica-se que o provimento postulado harmoniza-se com as referidas normas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e da Constituição Federal da República, sobretudo porque, a própria aprovação em vestibular, já é um relevante indício de aprendizado dos conhecimentos ministrados no Ensino Médio, muito embora nem sempre tal processo seletivo seja apto a demonstrar a capacidade intelectual do aluno.
Entretanto, não se pode relevar o sucesso do autor no vestibular que teve aprovação.
Ademais, a parte autora já obteve o direito à matrícula e caso não alcance os requisitos acadêmicos para dar continuidade ao curso, o que corroboraria a tese defensiva de que quem cursa o ensino médio ainda não está apto a cursar o ensino superior, a própria Instituição de Ensino Superior, aferindo a capacidade, possui independência para tomar as medidas didáticas cabíveis, assim, é impensável negar a oportunidade à continuidade de ensino neste Instituto. Nessa conjuntura, in casu, a antecipação da tutela concedida em sede de Agravo, possibilitou a parte autora a efetivar matrícula, conforme demonstrou a própria requerida.
Levando-se em conta que a decisão que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela, não foi contrária à lei, adota-se a incidência da teoria do fato consumado, que se apoia na evidência empírica de que o tempo não retrocede, pelo contrário, foge irreparavelmente, de sorte que é naturalmente impossível regressar-se a situações ultrapassadas, para desconstituir relações que se consolidaram como fatos.
No mesmo sentido, colhe-se o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça deste Estado: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO.
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.
EMISSÃO DE CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO.
ALUNO CURSANDO ENSINO MÉDIO.
APROVADO EM VESTIBULAR.
CURSO DE ZOOTECNIA.
CARGA HORÁRIA MÍNIMA CUMPRIDA.
REQUISITOS DEMONSTRADOS.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.1.
De acordo com os artigos 205 e 208 da Constituição Federal/88, o acesso ao ensino em todos os seus níveis constitui direito fundamental de todo cidadão, sendo que, consoante determina o artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LBD), o ingresso de candidato em curso de graduação de nível superior pressupõe a conclusão no ensino médio ou equivalente, além da aprovação em exame vestibular.2.
No caso in voga, verifica-se que o autor, aprovado para o curso de Zootecnia do Centro Universitário Católica do Tocantins - Unicatólica através do vestibular 2020/2, conforme faz prova o e-mail comunicando a aprovação, teve sua matrícula indeferida pela Instituição de Ensino, sob o argumento de não possuir certificado de conclusão do Ensino Médio, documento este indispensável à efetivação da sua matrícula.3.
Ademais, o requerente está regularmente matriculado no 3º ano do Ensino Médio e cumpriu carga horária satisfatória, acima das 2400h exigidas pela Lei de Diretrizes Básicas da Educação - nº. 9.394/96, já que no 1º ano do ensino médio cursou 1.000h, no 2º ano 1.000h e no 3º ano 493h, totalizando 2.493h.4.
A negativa de certificação almejada destoa do contexto constitucional da garantia à educação.
Entendimento em sentido contrário frustraria o sentido das normas protetivas do direito à educação, além de contrariar os princípios constitucionais norteadores do sistema nacional de ensino, podendo causar dano irreparável à parte autora, consistente na perda da vaga conquistada pela aprovação no vestibular.
Precedentes TJTO.5.
Agravo conhecido e provido.(Agravo de Instrumento 0011596-07.2020.8.27.2700, Rel.
ANGELA MARIA RIBEIRO PRUDENTE, GAB.
DA DESA.
ANGELA PRUDENTE, julgado em 11/12/2020, DJe 18/12/2020 11:47:02) Contudo, tem-se que a parte autora demonstra pelos documentos que foi devidamente aprovada no concurso vestibular oferecido pela Instituição de Ensino Superior.
Outrossim, assevera que está impedida de realizar a matrícula respectiva em face de não ter concluído o último ano do ensino médio, o que vai lhe causar inúmeros prejuízos.
Neste passo e analisando detidamente toda a situação descrita nos autos, verifico que a parte autora, com muito esforço se dedicou aos estudos, desdobrando-se bravamente para conseguir o êxito que ora se verifica, fruto do empenho próprio seu e certamente, também de sua família.
Logo, gerou-se nos autos situação fática consolidada pelo lapso temporal, como bem lembra Antonio Pessoa Cardoso, em seu texto sobre fato consumado: “nada foi feito por ninguém para impedir a consumação do ato (...)”.
Dessa forma, revogar a liminar deferida outrora neste momento representaria uma atitude desagregadora da ordem jurídica, desprovida de qualquer senso de razoabilidade.
Segundo Nelson Juliano, o principal poder jurisdicional do juiz é o de garantir a eficácia do direito no caso concreto, ou seja, o dever fundamental do Estado e, portanto, do juiz no exercício da função jurisdicional é o de garantir aos indivíduos e à sociedade a prestação jurisdicional.
Porquanto, não vejo óbice legal, nesse “lapso temporal”, de revogar a liminar concedida, sendo assim, lanço o dispositivo. Ante o exposto, passo ao Decisum: III – DISPOSITIVO: Isto posto, com espeque na legislação ventilada, nas razões, jurisprudenciais e documentos de arrimo, com escopo no art. 487, I, do CPC/2015, RATIFICO A LIMINAR E JULGO PROCEDENTE A PRESENTE DEMANDA movida pela parte autora.
Sem custas e despesas processuais e sem honorários.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Gurupi-TO, data certificada no sistema. -
19/08/2025 17:13
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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19/08/2025 17:13
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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19/08/2025 17:13
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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19/08/2025 17:13
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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18/07/2025 16:53
Julgamento - Com Resolução do Mérito - Procedência
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18/07/2025 09:18
Mandado devolvido - entregue ao destinatário - Refer. ao Evento: 21
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14/07/2025 14:26
Conclusão para julgamento
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10/07/2025 13:13
Protocolizada Petição - Refer. ao Evento: 12
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10/07/2025 13:13
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 12
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10/07/2025 02:33
Publicado no DJEN - no dia 10/07/2025 - Refer. aos Eventos: 26, 27
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09/07/2025 22:23
Protocolizada Petição - Refer. aos Eventos: 26 e 27
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09/07/2025 22:23
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 27
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09/07/2025 22:23
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 26
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09/07/2025 09:08
Protocolizada Petição
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09/07/2025 02:02
Disponibilizado no DJEN - no dia 09/07/2025 - Refer. aos Eventos: 26, 27
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09/07/2025 00:00
Intimação
body{ padding: 10px; font-family: Times New Roman; font-size:13pt }; #divHeader{ line-height:25px; margin-bottom:30px }; #divBody{ max-width:90%; text-align:justify }MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL Nº 0009245-19.2025.8.27.2722/TORELATOR: NASSIB CLETO MAMUDIMPETRANTE: ADRIANA MARCELINO VIEIRA FAGUNDESADVOGADO(A): LUCYWALDO DO CARMO RABELO (OAB TO002331)IMPETRANTE: JULIANA MARCELINO FAGUNDESADVOGADO(A): LUCYWALDO DO CARMO RABELO (OAB TO002331)ATO ORDINATÓRIOIntimação realizada no sistema eproc.O ato refere-se ao seguinte evento:Evento 25 - 08/07/2025 - Juntada Outros documentos -
08/07/2025 13:10
Ato ordinatório praticado Documento encaminhado à disponibilização no Diário Eletrônico - no dia 09/07/2025 - Refer. aos Eventos: 26, 27
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08/07/2025 12:38
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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08/07/2025 12:38
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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08/07/2025 12:37
Juntada - Outros documentos
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07/07/2025 13:21
Mandado devolvido - entregue ao destinatário - Refer. ao Evento: 19
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07/07/2025 03:00
Publicado no DJEN - no dia 07/07/2025 - Refer. aos Eventos: 10, 11
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04/07/2025 12:26
MAND DISTRIBUIDO AO OFICIAL JUSTICA - Refer. ao Evento: 21
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04/07/2025 12:26
Expedido Mandado - TOGURCEMAN
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04/07/2025 12:22
MAND DISTRIBUIDO AO OFICIAL JUSTICA - Refer. ao Evento: 19
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04/07/2025 12:21
Expedido Mandado - TOGURCEMAN
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04/07/2025 08:47
Protocolizada Petição
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04/07/2025 08:46
Protocolizada Petição
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04/07/2025 08:44
Protocolizada Petição - Refer. aos Eventos: 10 e 11
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04/07/2025 08:44
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 11
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04/07/2025 08:44
Confirmada a intimação eletrônica - Refer. ao Evento: 10
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03/07/2025 17:21
Ato ordinatório praticado Documento encaminhado à disponibilização no Diário Eletrônico - no dia 04/07/2025 - Refer. aos Eventos: 10, 11
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03/07/2025 17:01
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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03/07/2025 17:00
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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03/07/2025 17:00
Expedida/certificada a intimação eletrônica
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03/07/2025 17:00
Lavrada Certidão
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03/07/2025 16:59
Lavrada Certidão
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03/07/2025 16:40
Decisão - Concessão - Liminar
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03/07/2025 13:10
Conclusão para decisão
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03/07/2025 13:10
Processo Corretamente Autuado
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02/07/2025 22:02
Juntada - Guia Gerada - Taxas - ADRIANA MARCELINO VIEIRA FAGUNDES - Guia 5746507 - R$ 100,00
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02/07/2025 22:02
Juntada - Guia Gerada - Custas Iniciais - ADRIANA MARCELINO VIEIRA FAGUNDES - Guia 5746506 - R$ 141,00
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02/07/2025 22:02
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
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02/07/2025 22:02
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
02/07/2025
Ultima Atualização
22/08/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
SENTENÇA • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
ATO ORDINATÓRIO • Arquivo
DECISÃO/DESPACHO • Arquivo
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