TJRN - 0801848-10.2024.8.20.5112
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Amilcar Maia
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
03/12/2024 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE TERCEIRA CÂMARA CÍVEL Processo: APELAÇÃO CÍVEL - 0801848-10.2024.8.20.5112 Polo ativo MARIA DE FATIMA PEREIRA DE LIMA Advogado(s): BRUNO RAFAEL ALBUQUERQUE MELO GOMES Polo passivo BINCLUB SERVICOS DE ADMINISTRACAO E DE PROGRAMAS DE FIDELIDADE LTDA Advogado(s): LEANDRO CHRISTOVAM DE OLIVEIRA EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL.
AÇÃO ORDINÁRIA.
TARIFA BANCÁRIA.
EXTINÇÃO DA AÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, SOB A ALEGAÇÃO DE CONFIGURAÇÃO DE DEMANDAS PREDATÓRIAS (CPC, ART. 485, VI).
FUNDAMENTO MANTIDO PELO ÓRGÃO COLEGIADO A QUAL INTEGRO, AFASTANDO, TODAVIA, A CONDENAÇÃO EM LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA.
APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ART. 926, CAPUT, DO CPC.
CONHECIMENTO E PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima identificadas.
Acordam os Desembargadores que integram a 3ª Câmara Cível deste Egrégio Tribunal de Justiça, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e a ele dar provimento parcial, nos termos do voto da relatora que integra o presente acórdão.
RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por MARIA DE FATIMA PEREIRA DE LIMA contra sentença proferida pelo Juízo da 1ª Vara da Comarca de Apodi/RN que, nos autos da ação ordinária promovida em desfavor da BINCLUB SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE PROGRAMAS DE FIDELIDADE LTDA., extinguiu o feito sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, VI, do CPC e, em consequência, condenou-lhe por litigância de má-fé, determinando pagamento de multa no percentual de 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado da causa, independentemente de ter sido assegurado os benefícios da justiça gratuita em se favor.
Por fim, no mesmo dispositivo, deixou de condenar a parte autora nos honorários advocatícios, tendo em vista não houve citação, ou seja, não restou triangularizada a relação processual.
Nas razões recursais, alegou a parte apelante que a demanda ajuizada não pode ser considerada advocacia predatória, de acordo com precedentes jurisprudenciais desta Corte Estadual, mas meio legítimo de assegurar o direito da parte autora.
Atribuiu a culpa da alta litigiosidade à instituição financeira demandada, que continua promovendo descontos ilícitos das contas dos consumidores.
Afirmou, diante disso, não haver litigância de má-fé, devendo ser afastada a multa imposta, mas, caso mantida, que ela seja reduzida.
Ao final, pugnou pelo conhecimento e provimento do recurso, decretando a nulidade da sentença a fim de retornar os autos ao juízo de primeiro grau para o prosseguimento do feito, ou subsidiariamente, requer a exclusão da condenação por litigância de má-fé ou a redução do valor da multa.
Contrarrazões apresentadas aos autos, suscitando, preliminarmente, que o recurso não seja conhecido, por violação ao princípio da dialeticidade.
Ausentes às hipóteses legais a ensejar a intervenção ministerial. É o relatório.
VOTO Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo.
Gravita a análise da presente apelação acerca da possibilidade de ser anulada a sentença, determinando o retorno dos autos ao juízo de origem para o regular prosseguimento do feito ou, não sendo esse o entendimento desta Corte Estadual, a exclusão da condenação por litigância de má-fé ou a redução do valor da multa fixada.
Observo que o magistrado de primeiro grau fundamentou a sentença na existência de demanda predatória “onde determinadas espécies de ações são intencionalmente diluídas com o objetivo de obter maior proveito econômico possível”, quando a postulação autoral poderia ter sido adequada em conjunto com outras cobranças pertinentes ao mesmo banco e a mesma parte autora, sendo possível a “acumulação de pedidos em uma única demanda quando envolver as mesmas partes e as mesmas causas de pedir, como no caso”.
Compulsando os autos, ressalvado meu entendimento pessoal no sentido de anular a sentença por identificar ofensa ao princípio da não-surpresa em julgamentos anteriores, prevaleceu o entendimento majoritário desta 3ª Câmara Cível de dar provimento parcial ao recurso tão somente para afastar a condenação na sanção por litigância de má-fé.
Nesses termos, cito o precedente desta Câmara Cível: EMENTA: CONSUMIDOR.
PROCESSUAL CIVIL.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.
EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
AJUIZAMENTO DE AÇÕES SIMULTÂNEAS PARA DISCUTIR CONTRATOS VINCULADOS À MESMA PESSOA, A MESMA CONTA E MESMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
PEDIDO E CAUSA DE PEDIR SEMELHANTES OU DECORRENTES DA MESMA RELAÇÃO JURÍDICA.
INTELECÇÃO DA RECOMENDAÇÃO 127/2022 DO CNJ.
FRACIONAMENTO DE DEMANDAS EVIDENCIADO NOS AUTOS.
ELEMENTOS SUFICIENTES PARA CONFIGURAÇÃO DE LITIGIOSIDADE PREDATÓRIA.
CONDENAÇÃO DA PARTE APELANTE POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
INOCORRÊNCIA.
AUSENTE EVIDÊNCIA DE COMPORTAMENTO TEMERÁRIO E DOLOSO DA PARTE RECORRENTE SUFICIENTE A JUSTIFICAR A IMPOSIÇÃO DE MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
CONHECIMENTO E PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO.
PRECEDENTES.1.
O exercício abusivo do direito de acesso à justiça pode e deve ser reprimido pelo Judiciário.2. É que o ajuizamento em massa de falsos litígios prejudica o acesso à justiça de quem realmente necessita de intervenção judicial para solucionar alguma questão, eis que assoberba o Judiciário, influindo na qualidade da prestação jurisdicional.3.
O ajuizamento de demandas idênticas contra a mesma instituição financeira, causa prejuízo à parte suplicada, em face da necessidade de movimentação de advogados para atuar na sua defesa (APELAÇÃO CÍVEL, 0802935-35.2023.8.20.5112, Des.
João Rebouças, Terceira Câmara Cível, JULGADO em 08/02/2024, PUBLICADO em 10/02/2024).
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL.
APELAÇÃO CÍVEL.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZATÓRIA.
SENTENÇA QUE JULGOU EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
DESCONTOS INDEVIDOS NO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PARTE DEMANDANTE.
AJUIZAMENTO DE AÇÕES SIMULTANEAMENTE PARA DISCUTIR PRODUTOS BANCÁRIOS VINCULADOS A UM ÚNICO CONTRATO DE ABERTURA DE CONTA VINCULADO A MESMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
INTELECÇÃO DA RECOMENDAÇÃO Nº 127/2022 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA E NOTA TÉCNICA Nº 01/2020 DO CENTRO DE INTELIGÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO RN - CIJESP/TJRN.
AUMENTO EXPRESSIVO DE DEMANDAS NA UNIDADE EM RAZÃO DO FRACIONAMENTO DE DEMANDAS EVIDENCIADO NOS AUTOS.
ELEMENTOS SUFICIENTES PARA CONFIGURAÇÃO DE LITIGIOSIDADE PREDATÓRIA.
CONDENAÇÃO DA PARTE APELANTE POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
INOCORRÊNCIA.
AUSENTE EVIDÊNCIA DE COMPORTAMENTO TEMERÁRIO E DOLOSO DA PARTE RECORRENTE SUFICIENTE A JUSTIFICAR A IMPOSIÇÃO DE MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
PRECEDENTES DESTA CORTE.
REFORMA DA SENTENÇA APENAS NESTA PARTE.
CONHECIMENTO E PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO (TJRN, APELAÇÃO CÍVEL, 0804456-49.2022.8.20.5112, Des.
Amaury Moura Sobrinho, Terceira Câmara Cível, JULGADO em 29/11/2023, PUBLICADO em 30/11/2023).
Portanto, considerando a jurisprudência consolidada sem discrepância, salvo a posição pessoal desta relatora, a partir de então passa a julgar em harmonia com a jurisprudência uniforme desta Câmara Cível, aplicando o disposto no art. 926, caput, do CPC.
Ante o exposto, dou provimento parcial ao recurso, tão somente para afastar a condenação na sanção por litigância de má-fé. É como voto.
Natal/RN, 25 de Novembro de 2024. -
12/11/2024 00:00
Intimação
Poder Judiciário do Rio Grande do Norte Terceira Câmara Cível Por ordem do Relator/Revisor, este processo, de número 0801848-10.2024.8.20.5112, foi pautado para a Sessão VIRTUAL (Votação Exclusivamente PJe) do dia 25-11-2024 às 08:00, a ser realizada no Terceira Câmara Cível.
Caso o processo elencado para a presente pauta não seja julgado na data aprazada acima, fica automaticamente reaprazado para a sessão ulterior.
No caso de se tratar de sessão por videoconferência, verificar o link de ingresso no endereço http://plenariovirtual.tjrn.jus.br/ e consultar o respectivo órgão julgador colegiado.
Natal, 11 de novembro de 2024. -
16/10/2024 09:25
Recebidos os autos
-
16/10/2024 09:25
Conclusos para despacho
-
16/10/2024 09:25
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
16/10/2024
Ultima Atualização
30/11/2024
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
Acórdão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Documento de Comprovação • Arquivo
Documento de Comprovação • Arquivo
Documento de Comprovação • Arquivo
Sentença • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0801500-58.2021.8.20.5124
Ana Paula de Aguiar Lucena
Procuradoria Geral do Municipio de Parna...
Advogado: Rodrigo da Silva
2ª instância - TJRN
Ajuizamento: 09/10/2024 15:11
Processo nº 0801500-58.2021.8.20.5124
Ana Paula de Aguiar Lucena
Municipio de Parnamirim
Advogado: Fernanda Fentanes Moura de Melo
1ª instância - TJRN
Ajuizamento: 01/03/2024 01:10
Processo nº 0800223-22.2020.8.20.5001
Janaina Dantas Amaro de SA
Companhia Energetica do Rio Grande do No...
Advogado: Rossana Daly de Oliveira Fonseca
1ª instância - TJRN
Ajuizamento: 06/01/2020 23:46
Processo nº 0820865-50.2024.8.20.5106
Alexandro Rodrigues da Silva
Vivo - Telefonica Brasil S/A
Advogado: Jose Alberto Couto Maciel
1ª instância - TJRN
Ajuizamento: 05/09/2024 17:14
Processo nº 0802061-52.2024.8.20.5100
Maria de Lourdes Andrade
Bradesco Vida e Previdencia S.A.
Advogado: Jose Almir da Rocha Mendes Junior
1ª instância - TJRN
Ajuizamento: 21/05/2024 15:42