TJPB - 0802710-69.2024.8.15.0601
1ª instância - Vara Unica de Belem
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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11/09/2025 00:00
Intimação
Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Fica Vossa Excelência Intimado(a) da 30ª Sessão Ordinária - Virtual, da 1ª Câmara Cível, a realizar-se de 22 de Setembro de 2025, às 14h00 , até 29 de Setembro de 2025. -
22/08/2025 10:12
Remetidos os Autos (em grau de recurso) para Instância Superior
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15/08/2025 13:40
Juntada de Petição de contrarrazões
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12/08/2025 01:10
Publicado Expediente em 12/08/2025.
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09/08/2025 00:44
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 08/08/2025
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08/08/2025 00:00
Intimação
Poder Judiciário da Paraíba Vara Única de Belém PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) 0802710-69.2024.8.15.0601 [Seguro] AUTOR: SANTANA BARBOSA DE LIMA REU: SEBRASEG CLUBE DE BENEFICIOS GABINETE VIRTUAL SENTENÇA Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS proposta por SANTANA BARBOSA DE LIMA em face de SEBRASEG CLUBE DE BENEFICIOS LTDA.
Segundo a inicial, a parte autora sofreu com descontos indevidos relativos à um Seguro desde pelo menos 08/2023 ao 10/2023 que somam R$: 179,70 (Cento setenta e nove reais setenta centavos) .
Aduz que nunca contratou tais serviços nem tão pouco autorizou o referido desconto requerendo, ao final, que seja declarado inexistente o negócio jurídico, procedida a devolução em dobro dos valores descontados e ao pagamento, por parte do banco réu, de indenização por danos morais que entende ter sofrido.
Juntou documentos, notadamente extrato bancário.
Gratuidade judiciária deferida em id 99217436.
Citado, o promovido não se manifestou sendo-lhe decretada a revelia (id 106291193).
Instados a se manifestarem, as partes não de mostraram interesse na produção de provas.
Vieram os autos conclusos. É o relatório.
DECIDO.
Do julgamento antecipado da lide.
O processo, diga-se, comporta o julgamento antecipado, nos termos do art. 355, inciso I, do CPC, porquanto a matéria controvertida é essencialmente de direito, não havendo necessidade da produção de provas em audiência, de modo que as provas documentais constantes dos autos são suficientes para a solução da lide. “Se a questão for exclusivamente de direito, o julgamento antecipado da lide é obrigatório.
Não pode o juiz, por sua mera conveniência, relegar para fase ulterior a produção de sentença, se houver absoluta desnecessidade de ser produzida prova em audiência” (RT 621/166).
Dessa forma, enaltecem-se os princípios processuais da celeridade e economia.
MÉRITO Não resta dúvidas de que são aplicáveis as regras insculpidas no Código de Defesa do Consumidor aos serviços prestados pelas instituições financeiras, por expressa previsão contida no parágrafo 2º do art. 3º do referido diploma legal, o qual enquadra expressamente a atividade bancária, financeira e de crédito como fornecedor.
O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, editou a súmula 297, in verbis: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”, encerrando, desta forma, qualquer discussão sobre o assunto.
Procedendo à análise dos elementos probatórios acostados ao processo, constata-se que a pretensão da parte autora merece acolhimento, devendo o pedido ser julgado parcialmente procedente.
Nos moldes do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que desenvolva atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição, comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Os serviços, por sua vez, são conceituados como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive os de natureza bancária, financeira, de crédito e securitárias, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Dessa forma, os estabelecimentos bancários, por prestarem serviços de crédito ao consumidor, mediante remuneração, são considerados fornecedores, estando sujeitos aos princípios e normas delineados no Código de Defesa do Consumidor, inclusive aos postulados da responsabilidade objetiva.
Com feito, a responsabilidade dos fornecedores ou prestadores de serviços, na órbita das relações de consumo, é objetiva, ou seja, independe da ocorrência de culpa na conduta do agente.
Para o surgimento da obrigação de indenizar os prejuízos causados por defeito do produto ou serviço, não interessa investigar a conduta do fornecedor, mas somente se deu causa ao evento danoso.
Acerca do tema, ensina Ada Pellegrini Grinover: No âmbito das relações de consumo, os lineamentos da responsabilidade objetiva foram logo acolhidos e denominados “responsabilidade pelo fato do produto, não interessava investigar a conduta do fornecer do bem ou do serviço, mas somente se deu causa (responsabilidade causal) ao produto ou serviço, sendo responsável pela sua colocação no mercado de consumo”.[1] A presente demanda não comporta maiores considerações para a resolução do mérito.
O autor afirma que nunca contratou a operação de “CLUBE SEGURO SEBRASEG”.
Por sua vez o demandado, apesar de devidamente citado não se manifestou oportunidade em que fora considerado revel.
Por óbvio que em situações como esta, em que o negócio jurídico é negado, o ônus da prova recai sobre aquele que afirma a validade do contrato.
Não teria, deveras, o suposto contratante como fazer prova de fato negativo.
Ademais, tratando-se, como visto, de relação de consumo, e evidenciada a hipossuficiência técnica e econômica do consumidor, como sói acontece na espécie dos autos, é perfeitamente cabível a inversão do ônus probatório, nos termos do art. 6º, inc.
VIII, do CDC.
Enfim, dessume-se que cabia ao réu provar a formalização do contrato de SEGURO pela parte autora.
Se não cumpre com seu ônus, a consequência é ter este contrato como não realizado.
Compulsando os autos, não vislumbro a existência de relação jurídica entre os litigantes no que diz respeito ao “CLUBE SEGURO SEBRASEG”, uma vez que a demandada, apesar de intimada, não trouxe elementos probatórios suficientes para comprovar que o demandante firmou contrato de adesão do Seguro ora em análise.
Por sua vez, o autor juntou aos autos extratos bancários que asseguram as suas alegações, cujo desconto se deram em 08.08.2023, 08.09.2023 e 05.10.2023 (id 98174665).
DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO Quanto à repetição de indébito, o parágrafo único do art. 42 do CDC dispõe que “O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.” Na esteira do entendimento consagrado no Superior Tribunal de Justiça, "a aplicação do art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor somente é justificável quando ficarem configuradas tanto a cobrança indevida quanto a má-fé do credor fornecedor do serviço. (AgRg no REsp 1200821/RJ, julgado em 10/02/2015, DJe 13/02/2015).
Na ausência de qualquer indício de má-fé, a repetição deve ser feita de maneira simples.
DOS DANOS MORAIS Quanto ao pedido de indenização por danos morais, é de ser indeferido, em face da ausência dos fundamentos de fato e de direitos inerentes à espécie.
Inexiste prova de que o aborrecimento sofrido pelo requerente gere direito a tal ressarcimento.
O dano moral é a lesão a interesse não patrimonial do lesado, ou seja, é a lesão que atinge os direitos da personalidade humana, sem qualquer interferência em seu patrimônio econômico, abrangendo o atentado à liberdade individual, à tranquilidade de espírito, à reputação e à imagem, entre outros.
Destarte, para a configuração do dano moral, exige-se a ocorrência de ofensa a qualquer dos direitos da personalidade, como a honra, a vida privada e a imagem das pessoas, que cause sofrimento, dor e a angústia ao lesado.
Assim, diante de tais conceitos e analisando os elementos dos autos, infere-se que, na hipótese em comento, não restou configurado o dano moral alegado pelo autor.
O promovente não demonstrou a ocorrência de fatos concretos que tivessem atingido a sua honra, reputação, vida privada, imagem ou tranquilidade, de forma a causar intenso sofrimento emocional e ensejar a devida reparação, na órbita da responsabilidade civil, notadamente por ser de pequena monta o valor descontado em três parcelas de R$ 59,90 ocorridas em 2023 só vindo o promovente a reclamar ods descontos indevidos na data de propositura da ação, ou seja, passados mais de um ano do referido desconto inicial.
Portanto, não configurada a violação aos direitos da personalidade, é de ser julgado improcedente o pedido de indenização por danos morais.
DO DISPOSITIVO Isto posto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido formulado na inicial, extinguindo essa fase de conhecimento, com resolução do mérito na forma do art. 487, I, do CPC, para DECLARAR A INEXISTÊNCIA DA DÍVIDA referente ao contrato de “CLUBE SEGURO SEBRASEG” descrito na inicial, determinando a devolução dos valores cobrados indevidamente, em relação a essa operação, de maneira simples e observada a prescrição quinquenal, acrescido de correção monetária, pelo IPCA, a partir de cada desconto, conforme art. 389, parágrafo único, do Código Civil e súmula 43 do STJ, e de juros legais de mora correspondente à taxa SELIC, deduzido o índice de atualização monetária, de acordo com o art. 406, §1º, do Código Civil, a partir da citação (art. 405 do Código Civil).
Tudo a ser calculado em fase de cumprimento de sentença.
Dada a sucumbência mínima, arcará o demandado com as custas e honorários advocatícios, estes fixados em 10% do proveito econômico obtido, em atenção ao art. 85 do CPC.
Com o trânsito em julgado, intime-se a autora para impulsionar o feito em 10 (dez) dias, sob pena de arquivamento.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
Belém-PB, Data e assinaturas eletrônicas.
FÁBIO BRITO DE FARIA Juiz de Direito [1] Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, 7ª ed., Ed.
Forense Universitária, p. 159. -
07/08/2025 11:17
Expedição de Outros documentos.
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07/08/2025 11:16
Ato ordinatório praticado
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07/08/2025 11:15
Expedição de Outros documentos.
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07/08/2025 11:15
Expedição de Outros documentos.
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07/08/2025 00:51
Decorrido prazo de SEBRASEG CLUBE DE BENEFICIOS em 06/08/2025 23:59.
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11/07/2025 14:18
Juntada de Petição de apelação
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03/07/2025 11:58
Expedição de Outros documentos.
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03/07/2025 11:58
Julgado procedente em parte do pedido
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02/07/2025 11:50
Conclusos para decisão
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17/06/2025 01:49
Decorrido prazo de SEBRASEG CLUBE DE BENEFICIOS em 16/06/2025 23:59.
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19/05/2025 15:19
Juntada de Petição de petição
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15/05/2025 11:06
Expedição de Outros documentos.
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14/03/2025 13:12
Decretada a revelia
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30/01/2025 13:38
Juntada de aviso de recebimento
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17/01/2025 09:59
Conclusos para decisão
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18/12/2024 01:01
Decorrido prazo de SEBRASEG CLUBE DE BENEFICIOS em 17/12/2024 23:59.
-
26/11/2024 10:55
Juntada de Petição de aviso de recebimento
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21/11/2024 07:26
Expedição de Carta.
-
18/11/2024 12:39
Juntada de Petição de petição
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08/11/2024 11:24
Expedição de Outros documentos.
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08/11/2024 11:23
Ato ordinatório praticado
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06/11/2024 08:41
Juntada de Petição de aviso de recebimento
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08/10/2024 07:50
Expedição de Carta.
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08/10/2024 01:19
Decorrido prazo de SEBRASEG CLUBE DE BENEFICIOS em 07/10/2024 23:59.
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04/09/2024 22:58
Expedição de Outros documentos.
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04/09/2024 12:10
Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a parte
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04/09/2024 12:10
Proferido despacho de mero expediente
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04/09/2024 12:10
Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a SANTANA BARBOSA DE LIMA - CPF: *38.***.*09-89 (AUTOR).
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23/08/2024 18:22
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
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23/08/2024 18:22
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
23/08/2024
Ultima Atualização
11/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
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