TJPB - 0800110-81.2025.8.15.7701
1ª instância - 1º Nucleo de Justica 4.0 - Saude Publica Estadual
Polo Passivo
Partes
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Assistente Desinteressado Amicus Curiae
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
14/05/2025 11:13
Juntada de Outros documentos
-
06/05/2025 07:37
Arquivado Definitivamente
-
06/05/2025 07:37
Remetidos os Autos (declaração de competência para órgão vinculado a Tribunal diferente) para Órgão Jurisdicional Competente
-
06/05/2025 07:37
Juntada de Outros documentos
-
05/05/2025 20:11
Determinada a redistribuição dos autos
-
05/05/2025 12:23
Conclusos para despacho
-
05/05/2025 12:22
Juntada de documento de comprovação
-
26/03/2025 00:00
Intimação
ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO NÚCLEO DE JUSTIÇA 4.0 – SAÚDE PÚBLICA ESTADUAL Telefone: (83) 99144-2153 / Horário de Atendimento: 07h às 13h, Segunda à Sexta, Cartório Unificado da Fazenda Pública de João Pessoa (PB) DECISÃO PROCESSO Nº 0800110-81.2025.8.15.7701
Vistos.
Cuida-se de demanda em que a parte autora pleiteia o recebimento de ÓLEO DE CANNABIS RICO EM CBD 30 mg/ml.
Foi incluída a União Federal no polo passivo.
Incluída a UNIÃO no polo passivo, o feito foi remetido para a Justiça Federal, tendo esse juízo excluído o ente federal do polo passivo e declinado da competência para este juízo (fls. 267/268 do id. 109761949). É o breve relatório.
Decido. É importante destacar, de logo, que em relação aos produtos à base de Cannabis Sativa há uma diferença entre a autorização sanitária para a comercialização e o registro.
Em primeiro lugar, existe a possibilidade de obtenção do REGISTRO, fundamentado na Lei 6.360/76 e nas Resoluções RDCs 24/2011 e 26/2014.
Atualmente, no Brasil, uma única tecnologia à base de canabidiol possui o referido registro, que é o Mevatyl® (tetraidrocanabinol (THC), 27 mg/mL + canabidiol (CBD), 25 mg/mL), aprovado pela ANVISA para tratar os sintomas de pacientes adultos que apresentam espasmos de moderados a graves, por causa da esclerose múltipla (EM).
Por sua vez, há a possibilidade de obtenção de autorização para IMPORTAÇÃO INDIVIDUAL, atualmente pela regulada na Resolução RDC Nº 660/22.
Por fim, existe a possibilidade de obtenção de AUTORIZAÇÃO SANITÁRIA, prevista na Resolução (RDC) 327/2019, que dispõe sobre os procedimentos para a concessão da Autorização Sanitária para a fabricação e a importação, bem como estabelece requisitos para a comercialização, prescrição, a dispensação, o monitoramento e a fiscalização de produtos de Cannabis para fins medicinais.
Importante destacar que não existe identidade entre os três atos de controle regulatório acima apontados.
Ademais, é de bom tom mencionar que apenas no ato de REGISTRO é feito o controle, pela ANVISA, da segurança e eficácia da tecnologia analisada.
Feitas essas breves considerações, tem-se que, nas demandas que pleiteiam tecnologias NÃO REGISTRADAS na ANVISA, o STF editou duas teses vinculantes (temas 500 e 1161), nos seguintes termos, respectivamente: “1.
O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. 2.
A ausência de registro na ANVISA impede, como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. 3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei nº 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: (I) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras);(II) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e (III) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. 4.
As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da União.” "Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora não possua registro na ANVISA, tem a sua importação autorizada pela agência de vigilância sanitária, desde que comprovada a incapacidade econômica do paciente, a imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de substituição por outro similar constante das listas oficiais de dispensação de medicamentos e os protocolos de intervenção terapêutica do SUS".
Da análise do item 4, da tese do tema 500, acima colacionado, o Supremo Tribunal Federal estabelece que as ações que demandem fornecimento de medicamentos SEM REGISTRO na ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da União.
Em assim sendo, a ilação é de que sempre que se postula droga NÃO REGISTRADA na ANVISA, a União deverá integrar a lide e a competência será da Justiça Federal, não importando se o produto obteve AUTORIZAÇÃO SANITÁRIA, com base na RCD nº 327/19, ou se o paciente obteve AUTORIZAÇÃO PARA IMPORTAÇÃO INDIVIDUAL, com fulcro na RDC Nº 660/22.
Não é demais destacar que a Corte Suprema, quando do julgamento da tese de repercussão geral do tema 1234, deixou claro que "2.1.1) Conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal na tese fixada no tema 500 da sistemática da repercussão geral, é mantida a competência da Justiça Federal em relação às ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa, as quais deverão necessariamente ser propostas em face da União, observadas as especificidades já definidas no aludido tema".
Desse modo, considerando que no caso dos autos de busca o recebimento de produto à base de canabidiol que NÃO TEM REGISTRO na ANVISA, deve a parte incluir a UNIÃO no polo passivo, com o consequente deslocamento da competência para a Justiça Federal.
O caso dos autos se enquadra nas diretrizes acima, de modo que laborou em equívoco o juízo federal, posto que descumpriu teses vinculantes do STF.
Em face do exposto, DECLARO A INCOMPETÊNCIA deste juízo e, em consequência, SUSCITO o conflito negativo de competência, apontando como juízo suscitado a 1ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba. 1.
Intimem-se as partes, inclusive o Estado da Paraíba (PGE) para, querendo, ajuizar reclamação perante o STF e/ou interpor recurso contra a decisão da Justiça Federal. 2.
Remetam-se os autos, por ofício, para o Superior Tribunal de Justiça para fins de julgamento do conflito, na forma do art. 953, I, do CPC, solicitando, desde logo, que indique de forma provisória qual juízo deverá analisar as questões urgentes. 3.
Mantenham-se os autos suspensos até a deliberação do STJ, ressalvada a análise de pedidos emergenciais.
João Pessoa (PB), data e assinatura eletrônicas.
Luiz Gonzaga Pereira de Melo Filho Juiz de Direito -
25/03/2025 11:54
Juntada de Outros documentos
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25/03/2025 11:06
Juntada de Ofício
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25/03/2025 09:57
Expedição de Outros documentos.
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25/03/2025 09:55
Expedição de Outros documentos.
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25/03/2025 09:41
Suscitado Conflito de Competência
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24/03/2025 12:30
Conclusos para despacho
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24/03/2025 12:29
Juntada de documento de comprovação
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24/03/2025 12:28
Recebidos os autos
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24/03/2025 12:28
Processo Desarquivado
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24/03/2025 12:28
Arquivado Definitivamente
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24/03/2025 12:28
Remetidos os Autos (declaração de competência para órgão vinculado a Tribunal diferente) para Órgão Jurisdicional Competente
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25/02/2025 10:37
Arquivado Definitivamente
-
25/02/2025 10:37
Remetidos os Autos (declaração de competência para órgão vinculado a Tribunal diferente) para Órgão Jurisdicional Competente
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25/02/2025 10:37
Juntada de Outros documentos
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20/02/2025 20:18
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
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20/02/2025 13:16
Juntada de Petição de petição
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20/02/2025 12:24
Juntada de requisição ou resposta entre instâncias
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15/02/2025 08:35
Expedida/certificada a comunicação eletrônica
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14/02/2025 11:28
Juntada de requisição ou resposta entre instâncias
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13/02/2025 14:31
Juntada de Petição de informações prestadas
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13/02/2025 13:51
Juntada de Petição de informações prestadas
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13/02/2025 11:49
Expedição de Outros documentos.
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13/02/2025 08:18
Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a parte
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13/02/2025 08:18
Determinada a emenda à inicial
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12/02/2025 09:48
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
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12/02/2025 09:48
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
12/02/2025
Ultima Atualização
14/05/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
DECISÃO • Arquivo
DECISÃO • Arquivo
DECISÃO • Arquivo
DECISÃO • Arquivo
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