TJPA - 0817062-86.2024.8.14.0301
1ª instância - 2ª Vara de Execucao Fiscal de Belem
Polo Ativo
Polo Passivo
Partes
Nenhuma parte encontrada.
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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27/03/2025 13:43
Arquivado Definitivamente
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27/03/2025 13:42
Transitado em Julgado em 03042024
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27/03/2025 13:42
Baixa Definitiva
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05/04/2024 05:41
Decorrido prazo de ANA CAROLINA FIGUEIREDO KERSCH em 02/04/2024 23:59.
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22/03/2024 05:06
Decorrido prazo de DALILA SILVA MELO em 21/03/2024 23:59.
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29/02/2024 00:29
Publicado Intimação em 29/02/2024.
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29/02/2024 00:29
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 29/02/2024
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28/02/2024 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ 2ª VARA DE EXECUÇÃO FISCAL DA COMARCA DE BELÉM Processo: 0817062-86.2024.8.14.0301 SENTENÇA Vistos, etc.
Tratam os presentes autos de EMBARGOS DE TERCEIRO opostos por DALILA SILVA MELO em face do MUNICÍPIO DE BELÉM, em dependência à execução fiscal de nº 0899140-74.2023.814.0301.
Alega que a execução fiscal supracitada foi ajuizada pelo Município de Belém em face de Francisco De Souza Melo, visando a cobrança de crédito tributário de IPTU e taxas, atinente ao imóvel sequencial nº 443542, exercícios de 2019 a 2021.
Assevera que o executado é parte ilegítima para figurar no polo passivo da execução, pois faleceu em 19/10/2011, antes da propositura da ação.
Argui, ainda, excesso de execução, pois há cobrança de elevadas taxas sobre imóvel situado em local sem calçamento ou asfalto.
Requer seja possibilitado o parcelamento do débito pelos sucessores do executado.
Pugna pela concessão da justiça gratuita. É o relatório.
PASSO A DECIDIR.
Defiro a CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA, nos termos do art. 98 e ss do CPC.
Os embargos de terceiro são espécie de ação de rito especial manejada pelo possuidor/proprietário de bem que sofra ato de constrição patrimonial em processo que não figure como parte, com vistas à defesa de sua posse sobre aquele, estando previsto no Capítulo VII, Título II, Livro II do Código de Processo Civil, elencados nos art. 674 a 681 do mencionado diploma legal.
Prevê o art. 674 do CPC: “Art. 674.
Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. § 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.” Conclui-se que o escopo primordial dos embargos de terceiro, portanto, é a desconstituição da penhora de bem pertencente à parte estranha à demanda, face a constrição indevida invadir patrimônio de quem não é devedor.
Inicialmente, cumpre ressaltar que não foi praticado nenhum ato de constrição no bojo da execução fiscal 0899140-74.2023.8.14.0301, tampouco expedido mandado de penhora.
Diante disso, extrai-se que a embargante defende posse de bem que não sofreu nenhum ato de constrição judicial ou ameaça de constrição, não se verificando interesse de agir.
Nesse sentido já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, vejamos: “EXECUÇÃO FISCAL.
EMBARGOS DE TERCEIRO.
PRESCRIÇÃO. 1.
Não existindo relação de pertinência entre o terceiro e a obrigação executada, falece a este legitimidade para deduzir exceção de prescrição. 2.
Os embargos de terceiro, na sistemática adotada pelo Código de Processo Civil, constituem remédio idôneo unicamente para discutir a inclusão ou a exclusão do bem constritado judicialmente. 3.
A decretação da prescrição por provocação do autor dos embargos de terceiro, figura estranha à relação jurídica material, tem o mesmo efeito do seu reconhecimento de ofício pelo juiz, o que é vedado expressamente pela norma inserta no art. 219, § 5º do Código de Processo Civil. 4.
Recurso especial provido. (STJ - REsp: 60284 SP 1995/0005556-2, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento: 03/04/2003, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: --> DJ 12/05/2003 p. 236).” In casu, a embargante não sofreu qualquer constrição ou ameaça de constrição, não havendo nos autos principais qualquer determinação em tal sentido de modo que, ausente o interesse de agir e a legitimidade para a oposição da medida.
Saliente-se, mais uma vez, que a matéria cabível de ser versada em embargos de terceiro restringe-se à restituição ou manutenção da posse sobre bem objeto de constrição judicial em processo que o embargante não figure como parte ou devedor.
Não se admite a sua propositura para a discussão da dívida em si, tal como pretendem a requerente, a qual demonstra apenas inconformidade com o débito lançado.
Destarte, a pretensão da embargante em obter, através da presente demanda, reconhecimento de ilegitimidade de devedor, excesso de execução e parcelamento judicial do débito, mostra-se inviável na presente via, visto que vai além do próprio direito versado na execução fiscal, não se fundamentando a ação apenas na suposta turbação indevida.
Incumbe ao executado, em nome próprio, ou através do representante do espólio, tendo em vista o óbito informado, discutir o crédito tributário do qual é devedor, nos autos do processo em que está sendo cobrado (em sede de exceção de pré-executividade), ou por meio de ação própria, como por exemplo os embargos à execução, não sendo possível a requerente fazê-lo em nome próprio mediante embargos de terceiro, especialmente que não demonstrou ser ocupante do imóvel, pois reside em Santa Catarina ou representante do espólio, pois não apresentou termo de inventariante.
Trago a lume que em decisão recente o Superior Tribunal de Justiça reafirmou a impossibilidade de cumulação de diversos pedidos em sede de embargos de terceiros, cuja cognição está limitada pelo próprio Código de processo Civil, observe-se: “RECURSO ESPECIAL.
EMBARGOS DE TERCEIRO.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS.
CANCELAMENTO DA RESTRIÇÃO DO VEÍCULO DA AUTORA, ALÉM DA CONDENAÇÃO DA RÉ EM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
IMPOSSIBILIDADE.
COGNIÇÃO LIMITADA.
FINALIDADE TÃO SOMENTE DE EVITAR OU AFASTAR A CONSTRIÇÃO JUDICIAL INJUSTA SOBRE BENS DE TERCEIROS.
MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO.
RECURSO DESPROVIDO. 1.
Os embargos de terceiro, a despeito de se tratar de ação de conhecimento, tem como única finalidade a de evitar ou afastar a constrição judicial sobre bens de titularidade daquele que não faz parte do processo correlato. 2.
Dessa forma, considerando a cognição limitada dos embargos de terceiro, revela-se inadmissível a cumulação de pedidos estranhos à sua natureza constitutivo-negativa, como, por exemplo, o pleito de condenação a indenização por danos morais. 3.
Recurso especial desprovido. (STJ - REsp: 1703707 RS 2017/0264895-1, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 25/05/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/05/2021)”.
Notório que além de não ter ocorrido medida constritiva sobre patrimônio da embargante na execução fiscal n° 0899140-74.2023.814.0301, esta pretende discutir amplamente o lançamento do crédito tributário em sede de embargos de terceiro, o que não é possível.
Acerca do interesse de agir, este verifica-se quando presente o trinômio necessidade-utilidade-adequação, ou seja, quando há necessidade da intervenção do Poder Judiciário para resolver o conflito estabelecido, quando o processo se afigura útil para tal fim, bem como quando o instrumento é o adequado para propiciar o resultado almejado.
Sendo a via processual escolhida inadequada para a pretensão autoral, nos termos já delineados pelo juízo, resta evidente a carência de interesse de agir.
ANTE O EXPOSTO, indefiro a petição inicial, com fulcro nos arts. 330, III c/c art. 677, ambos do Novo Código de Processo Civil e declaro extinto o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, I, do Novo Código de Processo Civil.
Sem custas, face a gratuidade deferida.
Não há condenação em honorários, visto que não triangulada relação processual.
Junte-se cópia desta sentença, assim como da certidão de óbito de ID 109512032, na execução fiscal 0899140-74.2023.8.14.0301, para fins de adoção das providências cabíveis.
P.R.I.C.
Belém/PA, 23 de fevereiro de 2024.
ADRIANO GUSTAVO VEIGA SEDUVIM Juiz de Direito Titular da 2ª Vara de Execução Fiscal da Comarca de Belém -
27/02/2024 09:39
Expedição de Outros documentos.
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27/02/2024 09:39
Expedição de Outros documentos.
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27/02/2024 09:36
Cancelada a movimentação processual
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23/02/2024 12:28
Extinto o processo por ausência de pressupostos processuais
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22/02/2024 19:21
Autos incluídos no Juízo 100% Digital
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22/02/2024 19:21
Conclusos para decisão
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22/02/2024 19:21
Distribuído por dependência
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
22/02/2024
Ultima Atualização
27/03/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Sentença • Arquivo
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