TJAL - 0808668-22.2025.8.02.0000
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) 3ª C Mara Civel
Polo Ativo
Polo Passivo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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19/08/2025 10:39
Ciente
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19/08/2025 10:01
Juntada de Petição de parecer
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19/08/2025 10:01
Juntada de Petição de Petição (outras)
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19/08/2025 01:32
Expedição de tipo_de_documento.
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12/08/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 12/08/2025.
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08/08/2025 12:11
Decisão Comunicada ao 1º Grau
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08/08/2025 12:10
Expedição de tipo_de_documento.
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08/08/2025 12:03
Certidão de Envio ao 1º Grau
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08/08/2025 12:00
Expedição de tipo_de_documento.
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08/08/2025 11:55
Vista / Intimação à PGJ
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08/08/2025 10:48
Ato Publicado
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08/08/2025 00:00
Intimação
DESPACHO Nº 0808668-22.2025.8.02.0000 - Agravo de Instrumento - Agravante: Mauricio Lima dos Santos - Agravado: MARKUS ANTONYO DA SILVA LIMA - Agravado: LARYSSA MARIA DA SILVA LIMA - 'DECISÃO MONOCRÁTICA/MANDADO/OFÍCIO N. /2025. 1.
Trata-se de Agravo de Instrumento com pedido liminar de concessão de tutela antecipada recursal interposto por Maurício Lima dos Santos em face de decisão interlocutória (fls. 19/21 dos autos originários) proferida em 04 de julho de 2025 pelo juízo da 1ª Vara Cível de Marechal Deodoro, na pessoa do Juiz de Direito Bruno Acioli Araújo, nos autos da Ação de Exoneração e Redução de alimentos por si ajuizado e tombado sob o n. 0701390-24.2025.8.02.0044, na qual o juízo a quo indeferiu o pedido de tutela de urgência antecipada pretendida pelo ora agravante, nos seguintes termos: Sendo assim, na hipótese dos autos é válido frisar que o autor não demonstrou que os réus alcançaram independência financeira alegada, inexistindo elementos nos autos capazes de subsidiar tal afirmação de forma contundente.
Com efeito, nenhum dos documentos anexados pelo autor demonstram a modificação concreta das condições sociais e econômicas dos réus para autorizar a exoneração pleiteada, tal como alegada na inicial.
Inexistindo, portanto, demonstração mínima de modificação na situação econômica dos alimentandos, denota-se a ausência da probabilidade do direito do autor,razão pela qual não se faz possível a exoneração dos descontos, ao menos neste momento processual.
Para tanto, faz-se necessário aprofundar a cognição quanto à necessidade das rés, o que não cabe em sede de tutela de urgência.
Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de tutela de urgência, com fundamento no art. 300 do CPC. 2.
Irresignada, a agravante interpôs o presente recurso (fls. 1/12), sustentando, em síntese, que atualmente, a situação fática que deu origem à obrigação alimentar modificou-se drasticamente.
Os filhos do Agravante, que à época da fixação dos alimentos eram menores, hoje são maiores, capazes e financeiramente independentes, exercendo atividades laborais como gerente bancário e assistente social, respectivamente.
Além disso, nenhum deles frequenta instituição de ensino, o que reforça a desnecessidade da manutenção da pensão. [...] A manutenção da pensão nos moldes atuais tem gerado um ônus desproporcional ao Agravante, que, embora seja servidor público aposentado, enfrenta diversas comorbidades de saúde e constituiu nova família, tendo outros filhos a quem prestar auxílio financeiro. 3.
Nesse contexto, a parte agravante defende que a manutenção da pensão no montante atualmente estipulado comprometerá a renda do Agravante de tal forma que o impedirá de arcar com suas despesas essenciais, afetando gravemente sua dignidade e seu estado de saúde, que se encontra debilitado em razão de tratamento de hemodiálise e ao final sustenta a necessidade de adequar o valor dos alimentos à realidade fática do Agravante.
Este não se recusa a adimplir a obrigação alimentar; ao contrário, pleiteia que os valores fixados reflitam sua real capacidade financeira.
Por essa razão, requer a redução imediata dos descontos para o percentual de 10% (dez por cento) de seus subsídios, a serem pagos exclusivamente em favor da filha LARYSSA, e a consequente exoneração da obrigação em relação ao filho MARKUS. 4.
Sustentando a clarividência de seu direito, requereu, em pedido liminar, o deferimento da tutela antecipada recursal pretendida, no sentido de reduzir imediatamente os descontos referentes à pensão alimentícia para o importe de 10% (dez por cento) dos subsídios do Agravante, a serem pagos somente em favor da Ré Laryssa Maria da Silva Lima, e exonerar o pagamento em relação ao filho Markus Antonyo da Silva Lima, expedindo-se ofício ao Departamento Pessoal da Polícia Militar do Estado de Alagoas e/ou à AL Previdência para o cumprimento da decisão. 5.
Conforme termo à fl. 44, o presente processo apenas alcançou minha relatoria em 29 de julho de 2025. 6. É o relatório. 7.
Entendo, num primeiro momento, estarem presentes, tanto intrinsecamente quanto extrinsecamente, suficientes indícios para a admissibilidade recursal, a fim de permitir conhecer do presente agravo de instrumento no que tange ao seu pedido liminar, passando então a apreciar o cerne do recurso. 8.
O Código de Processo Civil admite a concessão monocrática da antecipação dos efeitos tutela ou suspensão da decisão recorrida em casos de risco ao resultado útil do processo e evidência do direito pleiteado, especificada na probabilidade de provimento recursal, conforme a leitura combinada dos arts. 995 e 1.019, I do Código de Processo Civil de 2015. 9.
No caso presente, cinge-se a controvérsia em saber se o agravante preencheu os requisitos necessários para o deferimento da tutela de urgência antecipada (art. 300 do CPC) pretendida pelo autor, qual seja, a redução dos descontos referentes à pensão alimentícia para o importe de 10% (dez por cento) dos subsídios do Agravante, a serem pagos somente em favor da Ré Laryssa Maria da Silva Lima, e exonerar o pagamento em relação ao filho Markus Antonyo da Silva Lima. 10.
In casu, o alimentante paga 30% (trinta por cento) dos seus rendimentos em favor de sua ex-cônjuge e de seus 02 (dois) filhos.
Sustenta, no entanto, os filhos atingiram a maioridade, e ambos já trabalham.
No mais, sustenta que sua condição financeira piorou, o que corrobora a necessidade de exoneração de alimentos em face do filho Markus e, cumulativamente, a redução dos alimentos para 10% (dez por cento) dos rendimentos a ser pago exclusivamente em favor da sua filha Laryssa. 11.
Para instruir sua pretensão, o autor anexa aos autos de origem apenas uma captura de uma folha de pagamento referente ao Município de Marechal Deodoro (fl. 17) - provavelmente retirado do portal da transparência - em que consta o exercício de cargo público vinculado ao Fundo Municipal de Assistência Social por parte de Laryssa Maria da Silva Lima, além de trazer, no bojo da peça exordial (fl. 5), captura de foto retirada do perfil do Instagram do seu filho Markus portando apetrecho com o símbolo do Banco Bradesco e print do perfil, da mesma rede social, da sua filha Laryssa, na qual consta descrição de informações consideradas, por este relator, irrelevantes para a pretensão veiculada pelo ora agravante. 12.
Pois bem, conforme previsto na legislação civilista, os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do alimentando e das possibilidades do alimentante, consoante o disposto no § 1º do art. 1.694 do CC/2002. 13.
Por outro lado, o art. 1.699 do CC/2002, estabelece que o valor da obrigação alimentar pode ser revisto (para ser majorado ou minorado) ou o alimentante pode ser exonerado do encargo, desde que o interessado demonstre a modificação na situação financeira de quem a paga ou na de quem a recebe. 14.
O dever de sustento dos pais em relação aos filhos menores, enquanto não atingirem a maioridade civil ou por outra causa determinada pela legislação, decorre do poder familiar, nos termos do art. 229 da CRFB/1988; do art. 22 do ECA; e dos arts 1.630, 1.634 e inciso III do art. 1.635, todos do CC/2002, sendo presumida a necessidade dos beneficiários nesses casos. 15.
Alcançada a maioridade civil, extingue-se o poder familiar (art. 1.635, III, do CC); todavia, não cessa, automaticamente, o dever de alimentar previsto no art. 1.696 do Código Civil, que estabelece a reciprocidade da referida obrigação entre pais e filhos, extensiva a todos os ascendentes, recaindo nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. 16.
Com efeito, se a maioridade do filho capaz faz cessar o poder familiar e o dever obrigacional de sustento, de outra parte permanece uma relação de parentesco entre pais e filhos.
Portanto, com amparo no "dever de solidariedade", quando a prole maior de idade não puder, por si, se sustentar e provar a necessidade da pensão para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência, os pais deverão continuar com o pagamento dos alimentos. 17.
Assim, a exoneração dos alimentos/redução não se dá de forma automática, uma vez que a relação de parentesco ainda subsiste e, nesses casos, importa analisar o binômio necessidade/possibilidade. É esse o entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça: Súmula nº 358: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 18.
Em sendo assim, a questão da continuidade do recebimento de alimentos por parte dos filhos que tenham atingido a maioridade civil deve ser apreciada caso a caso (Art. 373 do CPC). 19.
Feita esta breve digressão, passo a analisar o caso em espeque, mais especificamente, quanto ao preenchimento dos requisitos exigidos legalmente para a concessão da tutela antecipada pretendida pelo autor na origem. 20.
Na hipótese dos autos, o agravante não trouxe quaisquer documentos que comprovassem as condições pessoais, profissionais ou econômicas dos alimentandos por ele invocadas na petição inicial e recursal, de modo que não restou demonstrada a suposta desnecessidade dos agravados. 21.
Noutro giro, com relação às possibilidades do alimentante, entendo que a alegada piora em suas condições econômicas também não restou devidamente demonstrada, restando o recorrente apoiado apenas nos argumentos fáticos, porém desacompanhados de provas. 22.
Assim, em juízo de cognição sumária e verificada a ausência de probabilidade do direito, diante dos argumentos supramencionados, entendo não preenchidos os requisitos legalmente exigidos para concessão do efeito suspensivo no bojo do recurso de agravo de instrumento. 23.
Do exposto, INDEFIRO A TUTELA ANTECIPADA RECURSAL, mantendo a decisão de origem em todos os seus termos e efeitos, pelas razões fundamentadas acima, até superveniente julgamento de mérito do recurso pelo colegiado. 24.
Oficie-se o juízo de origem acerca desta decisão. 25.
Intimem-se as partes para que tomem conhecimento desta decisão, e a parte agravada para que, querendo, apresente suas contrarrazões, nos termos do art. 1.019, II do CPC/15. 26.
Intime-se o Ministério Público, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias, conforme art. 1.019, III, CPC. 27.
Se necessário, utilize-se cópia da presente decisão como mandado/ofício. 28.
Após cumpridas tais diligências, tendo a parte agravada deixado transcorrer in albis o prazo para contrarrazoar, retornem-me conclusos os autos para voto.
Maceió, Des.
Paulo Zacarias da Silva' - Des.
Paulo Zacarias da Silva - Advs: Dayvison Éverton Ribeiro Santos (OAB: 19654/AL) -
07/08/2025 14:43
Decisão Monocrática cadastrada
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07/08/2025 08:23
Não Concedida a Medida Liminar
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01/08/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 01/08/2025.
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29/07/2025 23:20
Conclusos para julgamento
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29/07/2025 23:19
Expedição de tipo_de_documento.
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29/07/2025 23:19
Distribuído por sorteio
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29/07/2025 23:15
Registrado para Retificada a autuação
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
29/07/2025
Ultima Atualização
07/08/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
DECISÃO • Arquivo
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