TJRJ - 0804586-81.2024.8.19.0202
1ª instância - Casimiro de Abreu Vara Unica
Polo Ativo
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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04/09/2025 01:02
Publicado Intimação em 04/09/2025.
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04/09/2025 01:02
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 03/09/2025
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02/09/2025 19:19
Expedição de Outros documentos.
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02/09/2025 19:18
Expedição de Outros documentos.
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02/09/2025 19:18
Ato ordinatório praticado
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08/07/2025 16:57
Juntada de Petição de apelação
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16/06/2025 00:06
Publicado Intimação em 16/06/2025.
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15/06/2025 00:07
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 13/06/2025
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13/06/2025 00:00
Intimação
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Comarca de Casimiro de Abreu Vara Única da Comarca de Casimiro de Abreu RUA WALDENIR HERINGER DA SILVA, 600, ED.
DO FORUM, SOCIEDADE FLUMINENSE, CASIMIRO DE ABREU - RJ - CEP: 28860-000 SENTENÇA Processo: 0804586-81.2024.8.19.0202 Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) REQUERENTE: ANA PAULA DA SILVA REQUERIDO: CREFISA SA CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS
I - RELATÓRIO ANA PAULA DA SILVA ajuizou a presente ação declaratória c/c revisão de contrato contra CREFISA S/A.
Em sua petição inicial de id 104436374, narra a parte autora que contratou empréstimo pessoal junto ao réu no valor de R$ 1.501,61, a ser quitado em 12 parcelas de R$ 160,00.
Aduz que verificou junto ao site do Banco Central que o contrato foge à taxa média do mercado.
Requereu a nulidade do contrato celebrado em razão dos juros abusivos, pediu a aplicação dos juros de contrato de empréstimo tradicional, a devolução dos valores pagos a maior e indenização por danos morais.
Contestação em id 151326228, na qual aduz, no mérito, que os valores cobrados são legítimos e possuem previsão contratual; que a autora confessou que utilizou espontaneamente seu crédito; que a cobrança de juros capitalizados é lícita e a lei de usura não se aplica às instituições financeiras; que as tarifas cobradas são legítimas; que não houve cobrança indevida; que não é cabível a restituição dos valores cobrados e que não existe dano moral a ser indenizados.
Pede a improcedência do pedido.
Réplica em id 160105353.
Em provas, as partes requereram o julgamento antecipado. É o relatório.
Passo a decidir.
II – FUNDAMENTAÇÃO Impõe-se o julgamento antecipado da lide, pois, embora a matéria a ser decidida seja de direito e de fato, não há necessidade de produzir novas provas, nos termos do art. 355, I do Novo Código de Processo Civil.
Cuida-se de ação declaratória cumulada com revisão de contrato, através da qual o autor postula a nulidade das cláusulas contratuais que estabelecem taxa de juros superiores a 12% ao ano e pede a revisão do contrato com o expurgo do anatocismo, além da restituição em dobro dos valores supostamente pagos a maior e a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais.
Os Tribunais Superiores já pacificaram o entendimento de que as taxas de juros e encargos cobrados pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional não estão adstritas aos limites da Lei de Usura, conforme expresso na Súmula nº 596 do Supremo Tribunal Federal.
Desse modo, os bancos e financeiras podem cobrar juros de mercado, não se submetendo aos limites impostos pelo Decreto nº 22.626/1933.
Compete ao Conselho Monetário Nacional limitar, quando necessário, as taxas de juros bancários, na forma do art. 4º da Lei nº 4.595/1964.
O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, já vinha entendendo que o limite do art. 192, § 3º da Constituição Federal não poderia ser aplicado por falta de regulamentação do dispositivo, que, aliás, foi revogado pela Emenda Constitucional nº 40/2003.
No que pertine à prática do anatocismo, durante muito tempo, prevaleceu o entendimento de que este permanecia vedado pelo verbete nº 121 do Supremo Tribunal Federal e pelo art. 4º do Decreto nº 22.626/1933.
Escoimado nessa orientação sumular, o Colendo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado havia declarado incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 5º e respectivo parágrafo único da Medida Provisória nº 2.170-36/2001, corroborando a tese de que o anatocismo permanecia vedado por nosso ordenamento jurídico.
Ocorre que tal entendimento foi revisto através do Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 0009812-44.2012.8.19.0001, através do qual foi suspensa a eficácia dos verbetes de nº 202 (nas obrigações periódicas inadimplidas, as instituições financeiras não estão vinculadas à taxa de juros fixada na lei de usura, vedada, no entanto, a prática da capitalização mensal) e de nº 301 (a previsão de parcelas prefixadas não afasta a possibilidade de cobrança de juros remuneratórios capitalizados nos contratos de mútuo, devendo eventual abusividade ser demonstrada à luz da prova pericial e do direito do consumidor à informação clara e adequada sobre as cláusulas contratuais), da lavra do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado.
Transcreve-se, abaixo, a referida decisão: ´INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA.
QUESTÃO DE ORDEM.
Alienação fiduciária.
Revisão de cláusulas contratuais.
Capitalização de juros remuneratórios nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, em periodicidade inferior a um ano.
Reconhecimento, pelo STF, da constitucionalidade do art. 5º, caput, da Medida Provisória nº 2.170-36/01, no tocante aos requisitos de relevância e urgência do ato normativo.
Pronunciamento externado em sede de repercussão geral.
Higidez material da norma indiciada, em face do histórico jurisprudencial acerca do tema.
Exame final da constitucionalidade formal e material da norma pendente de apreciação pelo STF (ADI nº 2316).
Admissibilidade, pelo STJ, da capitalização em intervalo inferior a anual nos contratos de mútuo bancário celebrados após 31.3.2000, desde que expressamente pactuada.
Matéria submetida à sistemática dos recursos repetitivos.
Capitalização mensal vedada pela jurisprudência até então dominante deste Tribunal, consagrada nos verbetes nº 202 e 301 por força de suposta inconstitucionalidade da medida provisória citada.
Plausibilidade do fundamento, autorizadora da suspensão da eficácia dos enunciados, com base no poder geral de cautela, em benefício da unidade exegética das decisões.
Risco de dano irreparável fundado na potencial utilização indevida de recursos materiais e humanos da máquina judiciária.
Prevenção do ajuizamento de demandas natimortas e de sobrecarga ao já sacrificado primeiro grau de jurisdição.
Prudente otimização do acesso à justiça e aproveitamento eficiente dos atos processuais.
Suspensão da eficácia dos verbetes nº 202 e 301, da Súmula deste Tribunal´.
Como se verifica, foi finalmente reconhecida a constitucionalidade do art. 5º e respectivo parágrafo único da Medida Provisória nº 2.170-36/2001 pelo Supremo Tribunal Federal, que detém a competência maxime para a apreciação da matéria.
Passou a se admitir, portanto, a capitalização em intervalo inferior a um ano nos contratos celebrados após 31.3.2000, desde que expressamente pactuada, como é a hipótese dos autos.
Assim, não há o que ser revisto ou restituído no contrato apresentado.
No tocante ao pedido de condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais, este também não merece prosperar, por não ter havido ofensa a direito de personalidade do autor.
Por fim, cumpre asseverar que face à nova orientação jurisprudencial, tornou-se inócua a condução do processo até a produção de perícia contábil e financeira, uma vez que, reconhecida a legalidade do anatocismo, a questão controvertida passou a ser unicamente de direito.
Ademais, não foi requerida tal modalidade de prova pela parte autora.
III - DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, na forma do artigo 487, I do CPC.
Condeno o autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da causa, observada eventual gratuidade de justiça.
Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os presentes autos.
P.R.I.
CASIMIRO DE ABREU, 9 de junho de 2025.
RAFAEL AZEVEDO RIBEIRO ALVES Juiz Titular -
12/06/2025 09:27
Expedição de Outros documentos.
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12/06/2025 09:27
Julgado improcedente o pedido
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28/05/2025 14:50
Conclusos ao Juiz
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28/05/2025 14:49
Expedição de Certidão.
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27/03/2025 19:29
Juntada de Petição de petição
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07/03/2025 00:20
Publicado Intimação em 07/03/2025.
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07/03/2025 00:20
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 06/03/2025
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28/02/2025 12:51
Expedição de Outros documentos.
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28/02/2025 12:50
Proferido despacho de mero expediente
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13/02/2025 13:31
Conclusos para despacho
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13/02/2025 13:31
Ato ordinatório praticado
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05/12/2024 00:29
Decorrido prazo de LUIS ALBERT DOS SANTOS OLIVEIRA em 04/12/2024 23:59.
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04/12/2024 10:27
Juntada de Petição de petição
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19/11/2024 16:47
Juntada de Petição de petição
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31/10/2024 12:56
Expedição de Outros documentos.
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21/10/2024 18:04
Juntada de Petição de contestação
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01/10/2024 13:34
Expedição de Outros documentos.
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18/07/2024 00:04
Publicado Intimação em 18/07/2024.
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18/07/2024 00:04
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 17/07/2024
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16/07/2024 20:33
Expedição de Outros documentos.
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16/07/2024 20:33
Concedida a Assistência Judiciária Gratuita a ANA PAULA DA SILVA - CPF: *64.***.*25-48 (REQUERENTE).
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16/07/2024 00:41
Decorrido prazo de LUIS ALBERT DOS SANTOS OLIVEIRA em 15/07/2024 23:59.
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09/07/2024 10:59
Conclusos ao Juiz
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09/07/2024 10:58
Juntada de petição
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08/07/2024 16:40
Redistribuído por sorteio em razão de incompetência
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04/07/2024 17:07
Expedição de Certidão.
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28/06/2024 14:20
Expedição de Outros documentos.
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26/06/2024 13:46
Declarada incompetência
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17/06/2024 12:43
Conclusos ao Juiz
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05/04/2024 14:51
Juntada de Petição de petição
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05/04/2024 11:55
Juntada de Petição de petição
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25/03/2024 17:00
Expedição de Outros documentos.
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23/03/2024 10:33
Proferido despacho de mero expediente
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03/03/2024 23:22
Conclusos ao Juiz
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03/03/2024 23:22
Expedição de Certidão.
-
01/03/2024 18:17
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
08/07/2024
Ultima Atualização
04/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Ato Ordinatório • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
Ato Ordinatório • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Despacho • Arquivo
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