TJCE - 3000868-34.2023.8.06.0112
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gades - Washington Luis Bezerra de Araujo
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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16/09/2025 01:03
Confirmada a comunicação eletrônica
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05/09/2025 00:00
Publicado Intimação em 05/09/2025. Documento: 27754848
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04/09/2025 00:00
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 04/09/2025 Documento: 27754848
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04/09/2025 00:00
Intimação
ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR WASHINGTON LUIS BEZERRA DE ARAUJO Processo: 3000868-34.2023.8.06.0112 [Pagamento em Pecúnia] APELAÇÃO CÍVEL Recorrente: MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE Recorrido: MARIA LENE MOREIRA Ementa: Direito administrativo.
Apelação cível em ação ordinária.
Servidora pública municipal aposentada.
Vigência da Lei Municipal nº 1.875/1993.
Conversão de licença-prêmio não gozada em pecúnia.
Possibilidade.
Súmula 51 TJCE.
Base de cálculo. Última remuneração.
I.
Caso em exame 1.
Apelação interposta contra sentença que reconheceu o direito da servidora pública aposentada à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada em atividade.
II.
Questão em discussão 2.
A questão em discussão consiste em: (i) determinar se a autora adquiriu o direito ao percebimento da vantagem e se isso restou comprovado nos autos; e (ii) definir se a base de cálculo da indenização será a remuneração do cargo ou a última remuneração auferida pela requerente.
III.
Razões de decidir 3.
O direito à licença-prêmio, apesar de revogado em 2006, foi incorporado e passou a integrar o patrimônio jurídico da ex-servidora a partir da entrada em vigor da Lei Municipal nº 1.875/1993, de 19/10/1993, e do cumprimento de cada interstício, uma vez que a lei que regulamentava a licença assim previa.
Nos termos da Súmula 51 do TJCE: "É devida ao servidor público aposentado a conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, sob pena de enriquecimento ilícito do Poder Público". 4.
A base de cálculo da indenização da licença-prêmio é a última remuneração percebida pela servidora quando em atividade, incluindo-se as vantagens permanentes e excluindo as transitórias e de caráter precário.
Incidência da EC nº 113/2021.
IV.
Dispositivo 5.
Apelação conhecida e parcialmente provida. ______ Dispositivos relevantes citados: CF/88, art. 37, § 6º; CPC, arts. 85, § 4º, II, e 373, II; Lei Municipal nº 1.875/1993, arts. 102, 103 e 105; Lei Complementar nº 12/2006.
Jurisprudência relevante citada: Tema 810 do STF; Tema 905 do STJ; Súmula nº 51 do TJCE; AgInt no AREsp n. 1.945.228/RS, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 21/3/2022, DJe de 24/3/2022; AgInt no AREsp n.1734643/RS, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 19/10/2021, DJe de 22/10/2021; STJ, 2ª Turma, EDcl no REsp nº 1.785.364/CE, 6/04/2021 - Informativo nº 691. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos, acordam os integrantes da Terceira Câmara de Direito Público do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por uma de suas turmas julgadoras, à unanimidade, em conhecer da apelação, para dar-lhe parcial provimento, tudo nos termos do voto do relator, parte integrante deste.
Fortaleza, data informada pelo sistema. Desembargador WASHINGTON LUÍS BEZERRA DE ARAÚJO RELATOR RELATÓRIO Tem-se apelação cível interposta contra a sentença de parcial procedência proferida pelo juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Juazeiro do Norte em ação ordinária de conversão de licença-prêmio em pecúnia.
Petição inicial: narra a autora que é servidora pública aposentada, tendo iniciado suas atividades em 6/06/1988, passando à inatividade em 28/02/2023.
Alega que adquiriu o direito ao gozo de licença-prêmio, particularmente entre 6/06/1988 e 17/08/2006, quando foi instituída a Lei Complementar nº 12/2006, que revogou as Leis Municipais nº 803/1980 e 1.875/1993, requerendo a conversão em pecúnia.
Contestação: preliminarmente impugna a justiça gratuita, alegando ausência dos pressupostos legais, pois a requerente possui evidente suficiência de recursos para pagar as despesas processuais.
No mérito, sustenta que a autora não faz jus ao benefício da licença-prêmio no período de 1988 a 1997, pois era ocupante de emprego público ou função temporária, não sujeita às regras estatutárias aplicáveis aos servidores efetivos; defende a ausência de comprovação do fato constitutivo do direito da autora, ônus do art. 373, I, do CPC/15, porquanto ela deveria ter comprovado o preenchimento de todas as condicionantes indicadas no art. 103 da Lei Municipal nº 1.875/1993.
Requer a improcedência da ação ou, subsidiariamente, que em caso de condenação, seja utilizada a remuneração do cargo público, com interpretação literal do art. 102 da lei local, como base de cálculo da licença-prêmio.
Sentença: julgou parcialmente procedente o pedido inicial, reconhecendo o direito à conversão em pecúnia de 3 meses de licença-prêmio referentes a 1 interstício, ressaltando que o valor indenizatório deve ter por base o montante da última remuneração do cargo efetivo percebido na ativa, atualizado, excluídas as vantagens de natureza transitória e, ainda, sem incidência de IRPF (Súmula nº 136 do STJ) e desconto/contribuição previdenciária (AREsp 1632426/RS).
Razões recursais: reitera a ausência de comprovação do fato constitutivo do direito da autora, ônus do art. 373, I, do CPC/15; alega que da remuneração a ser considerada para fins de conversão em pecúnia devem ser excluídas as vantagens pessoais e/ou vantagens transitórias do servidor.
Contrarrazões: pugna pela manutenção da sentença recorrida.
Parecer ministerial de mérito opinando pelo conhecimento e desprovimento do recurso. É o relatório no essencial.
VOTO No que se refere ao juízo de admissibilidade, analisando os pressupostos processuais recursais necessários, tenho que os requisitos intrínsecos (cabimento, interesse e legitimidade, inexistência de súmula impeditiva) e extrínsecos (tempestividade, preparo, regularidade formal e a inexistência de fatos extintivos ou impeditivos do direito de recorrer) estão devidamente preenchidos, como também os específicos, descritos no art. 1.010 do CPC/2015, motivo pelo qual conheço do apelo.
Conforme brevemente relatado, narra a autora que é servidora pública aposentada, tendo iniciado suas atividades em 6/06/1988, passando à inatividade em 28/02/2023.
Alega que adquiriu o direito ao gozo de licença-prêmio, particularmente entre 6/06/1988 e 17/08/2006, quando foi instituída a Lei Complementar nº 12/2006, que revogou as Leis Municipais nº 803/1980 e 1.875/1993, requerendo a conversão em pecúnia.
Por se tratar de direito de servidor público efetivo, é necessário, para o deslinde da causa, identificar a existência de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, vigente à época dos fatos (tempus regit actum), além, por óbvio, de verificar se a interessada se encontrava em efetivo exercício no período de vigência e se preencheu os requisitos exigidos na norma regulamentadora.
O referido benefício foi concedido aos servidores públicos do Município de Juazeiro do Norte através da Lei Municipal nº 1.875/1993, de 19 de outubro de 1993, que trata do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos; in verbis: Art. 102 - Após cada quinquênio ininterrupto de efetivo exercício, o funcionário efetivo fará jus a 3 (três) meses de licença-prêmio por assiduidade com a remuneração do cargo efetivo.
Posteriormente, a licença aludida foi revogada pela Lei Complementar nº 12, de 17 de agosto de 2006, que instituiu o novo Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Juazeiro do Norte.
Ocorre que, apesar de revogado em 2006, o direito foi incorporado e passou a integrar o patrimônio jurídico da ex-servidora enquanto esteve em vigor a Lei Municipal nº 1.875/1993, revogada pela Lei Complementar nº 12/2006.
Nesse sentido, a promovente fez prova, por meio do Ato de Nomeação (Id. 26585928), Carta de Concessão de Aposentadoria (Id. 26585927) e de Comprovante de Pagamento (Id. 26585929), de que foi admitida no serviço público em 6/06/1988 e exerceu suas funções como Professora até 14/03/2023, data da aposentadoria, não sendo alcançada pela prescrição.
Em sentido oposto, a municipalidade ré limitou-se a alegar que não foram preenchidos os requisitos legais para aquisição da licença-prêmio.
Dessa forma, verifica-se que não assiste razão ao ente apelante, pois lhe cabia comprovar alguma das hipóteses impeditivas previstas no art. 103 da Lei Municipal nº 1.875/1993 para afastar a concessão do benefício.
Como não o fez, não se desincumbiu do ônus de demonstrar a existência de fato impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito da parte apelada, nos termos art. 373, II, do Código de Processo Civil.
Destarte, restando incontroverso nos autos que a autora não usufruiu da licença-prêmio a que teria direito em atividade, certo é que, a partir de sua aposentadoria, faz jus à conversão daquele período em pecúnia, sob pena de configurar-se enriquecimento ilícito da Administração Pública.
Esta é a orientação das Câmaras de Direito Público desta e.
Corte de Justiça em casos idênticos: REEXAME NECESSÁRIO.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
AÇÃO DE COBRANÇA.
SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.
FALECIMENTO.
DIREITO DOS HERDEIROS QUANTO AO PERCEBIMENTO DE VALORES RELATIVOS A CONVERSÃO DE LICENÇA PRÊMIO.
LICENÇA PRÊMIO NÃO GOZADA.
POSSIBILIDADE SOB PENA DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.
EFEITO REVELIA.
APLICAÇÃO LEI Nº 8.112/90.
PRESCRIÇÃO.
PRELIMINARES AFASTADAS.
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
REEXAME CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. [...]. 5.
A Jurisprudência do STJ é firme no sentido de ser devida a conversão em pecúnia a Licença-Prêmio não gozada, quando da inatividade do servidor, sob pena de indevido locupletamento por parte da Administração Pública. 6.
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará editou a Súmula de nº. 51, nos seguintes termos: É devida ao servidor público aposentado a conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, sob pena de enriquecimento ilícito do Poder Público. 7.
Considerando que o genitor da parte autora laborou no Município de Amontada pelo período de 15 anos e 21 dias e faleceu sem usufruir o direito da licença-prêmio, resta inconteste que compete a herdeira autora o direito à conversão em pecúnia do benefício do período trabalhado pelo servidor falecido, sob pena de enriquecimento ilícito. 8.
Sentença reformada, ex officio, apenas no tocante aos consectários legais. 9.
Remessa conhecida e provida em parte.
ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 2ª Câmara Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade de votos, em conhecer da Remessa Necessária, para dar-lhe parcial provimento, nos termos do voto da relatora, parte deste.
Fortaleza, dia e hora registrados no sistema.
MARIA IRANEIDE MOURA SILVA Presidente do Órgão Julgador e Relatora (Remessa Necessária Cível - 0050156-53.2020.8.06.0032, Rel.
Desembargador(a) MARIA IRANEIDE MOURA SILVA, 2ª Câmara Direito Público, data do julgamento: 31/08/2022, data da publicação: 31/08/2022) - negritei PROCESSO CIVIL E DIREITO ADMINISTRATIVO.
APELAÇÃO CÍVEL DA PARTE AUTORA.
AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA PELA VIÚVA E PELOS FILHOS DE SERVIDOR MUNICIPAL FALECIDO.
PRETENSÃO DE AFASTAMENTO DA PRESCRIÇÃO QUANTO ÀS VERBAS REFERENTES À CONVERSÃO DA LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA, ÀS FÉRIAS NÃO USUFRUÍDAS E AO TERÇO CONSTITUCIONAL.
CABIMENTO.
PRAZO PRESCRICIONAL QUE SÓ SE INICIA COM O DESLIGAMENTO DO SERVIDOR, QUE, NO CASO, OCORREU COM O ÓBITO DESTE.
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.
POSTERGAÇÃO DE OFÍCIO.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
SENTENÇA REFORMADA, INCLUSIVE DE OFÍCIO. 1 ¿ Buscam os apelantes a reforma da sentença, objetivando a modificação do termo inicial da prescrição da licença-prêmio, das férias e do terço constitucional, para que passe a ser a data da extinção do vínculo, afastando-se a prescrição sobre as férias, 1/3 (um terço) de férias e a licença-prêmio. 2 ¿ A contagem da prescrição quinquenal relativa à conversão em pecúnia de licença-prêmio não gozada e nem utilizada como lapso temporal para a aposentadoria, tem como termo a quo a data em que o servidor passa à inatividade.
Tema nº 516/STJ. 3 ¿ O prazo prescricional para a conversão em pecúnia do benefício da licença-prêmio não gozada, das férias não usufruídas e do terço constitucional tem início a partir do ato que finalizou a relação do servidor com a Administração Pública, seja a aposentadoria, seja o óbito.
Precedentes. 4 ¿ No caso, o servidor ainda não havia se aposentado quando faleceu, fato ocorrido em 09/01/2018, iniciando-se a prescrição a partir dessa data, não estando tais verbas limitadas aos 05 (cinco) anos pretéritos, por se tratarem de verbas indenizatórias. [...]. (Apelação Cível - 0051197-25.2021.8.06.0160, Rel.
Desembargador(a) JOSÉ TARCÍLIO SOUZA DA SILVA, 1ª Câmara Direito Público, data do julgamento: 20/03/2023, data da publicação: 20/03/2023) - negritei Por se tratar de matéria tão recorrente, este e.
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará sumulou entendimento no sentido de que: Súmula nº 51 do TJCE: É devida ao servidor público aposentado a conversão em pecúnia da licença prêmio não gozada, sob pena de enriquecimento ilícito do Poder Público.
Logo, não merece reforma o decisum de primeiro grau nesse ponto, posto que reconheceu o direito da autora ao benefício da licença-prêmio ainda não gozada, tendo, como base do valor indenizatório, a última remuneração do cargo efetivo percebida na ativa, atualizada.
Utilizou-se, portanto, o termo remuneração, que compreende os vencimentos do cargo efetivo e demais vantagens pecuniárias permanentes.
Ao decidir dessa forma, a sentença encontra-se em conformidade com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que as rubricas que compõem a remuneração do servidor deverão ser incluídas na base de cálculo da conversão da licença-prêmio em pecúnia, com a exclusão, porém, das verbas pecuniárias de natureza transitória, senão vejamos: SERVIDOR PÚBLICO.
PROCESSUAL CIVIL.
ADMINISTRATIVO.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
LICENÇA-PRÊMIO.
CONVERSÃO EM PECÚNIA.
BASE DE CÁLCULO.
RUBRICAS QUE COMPÕEM A REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR.
INCLUSÃO. 1.
O aresto regional não se afastou da orientação jurisprudencial do STJ, segundo a qual as rubricas que compõem a remuneração do servidor deverão ser incluídas na base de cálculo da conversão da licença-prêmio em pecúnia, pois "é cediço que as verbas mencionadas pelo Recorrente, abono permanência, décimo terceiro salário e adicional de férias, integram a remuneração do cargo efetivo e possuem natureza permanente, devidas ao servidor quando em atividade, integrando, portanto, a base de cálculo para a conversão da licença-prêmio em pecúnia" (REsp 1.818.249/RS, Relator Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, DJe 1°/6/2020). 2.
Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp n. 1.945.228/RS, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 21/3/2022, DJe de 24/3/2022.) - negritei. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
LICENÇA-PRÊMIO.
CONVERSÃO EM PECÚNIA.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE QUE NÃO INTEGRA A BASE DE CÁLCULO POR SER VANTAGEM PECUNIÁRIA NÃO PERMANENTE. 1.
Em sede de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal firmou a tese segundo a qual "Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor público, tais como: terço de férias; serviços extraordinários; adicional noturno; e adicional de insalubridade." (RE 593.068, Rel.
Ministro ROBERTO BARROSO, TRIBUNAL PLENO, DJe 21/3/2019). 2. "O adicional de insalubridade não integra a remuneração do servidor, devendo tal rubrica ser excluída da base de cálculo da conversão da licença-prêmio em pecúnia" (AgInt no AREsp 1.717.278/RS, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe 1º/3/2021). 3.
Agravo interno não provido. (STJ - AgInt no AREsp: 1734643 RS 2020/0186020-0, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Julgamento: 19/10/2021, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/10/2021) - negritei Dessa maneira, a base de cálculo da indenização da licença-prêmio deverá observar a última remuneração que a autora auferiu, excluídas as vantagens transitórias e de caráter precário.
Quanto aos consectários legais, os valores devidos serão acrescidos de juros moratórios segundo o índice da caderneta de poupança, a partir da citação e correção monetária com base no IPCA-E, nos termos estabelecidos no Tema 810 do STF e REsp nº 1.495.146/MG e Tema 905 do STJ.
Contudo, a partir da data da publicação da Emenda Constitucional nº 113/21 (09/12/21), tendo em vista o disposto no art. 3º, deverá incidir a taxa SELIC, uma única vez, para atualização monetária e compensação pelos juros de mora.
Além disso, conforme já fixado na decisão, o termo inicial de incidência dos juros será a data da citação, sendo necessária unicamente ressalva quanto à correção monetária, que deve incidir a partir da data da aposentadoria, como vem sendo decidido por essa Corte de Justiça: DIREITO ADMINISTRATIVO.
PROCESSO CIVIL.
APELAÇÃO CÍVEL.
MUNICÍPIO DE INDEPENDÊNCIA.
AÇÃO DE COBRANÇA.
CONVERSÃO DE LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA.
TERMO A QUO DA CORREÇÃO MONETÁRIA.
DATA DA APOSENTADORIA.
JUROS MORATÓRIOS DESTE A CITAÇÃO.
TEMA 905/STJ E 810/STF.
APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 01.
Cuida-se de Recurso de Apelação com vistas a reforma da sentença proferida pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Independência e que entendeu pela procedência da Ação Ordinária de Cobrança interposta em face do ora recorrido. 02.
A questão controvertida consiste em perquirir acerca do termo inicial da correção monetária de dívida imposta à Fazenda Pública oriunda de conversão de licenças-prêmio em pecúnia, nos casos de aposentadoria de servidor público. 03.
A sentença recorrida determinou que a correção monetária do valor correspondente à conversão solicitada pela apelante, deve ser "pelo IPCA-E e acrescidos de juros de mora segundo índice estatuído no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, ambos desde a data da citação" (pg. 71).
O decisum merece parcial corrigenda, e isto apenas quanto ao termo a quo da correção monetária, o qual deve ocorrer desde a aposentadoria/inatividade da parte autora, pois, a partir de tal marco nasce o direito postulado na lide.
Precedentes do STJ e TJCE. [...] (TJCE - AC: 00504363820208060092 Independência, Relator: PAULOFRANCISCO BANHOS PONTE, Data de Julgamento: 22/08/2022, 1ª Câmara Direito Público, Data de Publicação: 23/08/2022) - negritei Por fim, com relação aos honorários sucumbenciais, reza o art. 85, § 4º, inciso II, do CPC/2015, que não sendo líquida a sentença, a definição do percentual dos honorários advocatícios somente deverá ocorrer posteriormente, quando da liquidação do julgado.
Desse modo, revela-se inapropriada a fixação de tal verba sucumbencial na sentença, por malferir o dispositivo legal supracitado.
Por essa razão, merece a sentença ser reformada nesta parte, ex officio, para excluir da condenação o percentual arbitrado a título de honorários advocatícios, o qual deverá ser definido, a posteriori, em liquidação, a teor do que preconiza o dispositivo retro.
Isto posto, conheço da apelação, para dar-lhe parcial provimento, apenas para ajustar os consectários legais incidentes sobre o valor da condenação e fixar o termo inicial da correção monetária, esclarecendo que a base de cálculo para conversão em pecúnia da licença-prêmio é a última remuneração percebida em atividade, incluindo-se as vantagens permanentes e excluindo-se as transitórias e, de ofício, determino que a fixação do percentual da verba honorária sucumbencial somente ocorra a posteriori, na fase de liquidação, a teor do art. 85, § 4º, inciso II, do CPC/2015.
Sem majoração decorrente da etapa recursal, em observância à Tese Firmada pelo STJ no julgamento do Tema Repetitivo 1059: "A majoração dos honorários de sucumbência prevista no art. 85, § 11, do CPC pressupõe que o recurso tenha sido integralmente desprovido ou não conhecido pelo tribunal, monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente.
Não se aplica o art. 85, § 11, do CPC em caso de provimento total ou parcial do recurso, ainda que mínima a alteração do resultado do julgamento e limitada a consectários da condenação". É o voto que submeto à consideração de meus pares.
Fortaleza, data informada pelo sistema. Desembargador WASHINGTON LUÍS BEZERRA DE ARAÚJO Relator -
03/09/2025 20:47
Juntada de Petição de cota ministerial
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03/09/2025 20:47
Confirmada a comunicação eletrônica
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03/09/2025 16:53
Expedida/certificada a comunicação eletrôinica
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03/09/2025 16:53
Expedida/certificada a comunicação eletrôinica
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03/09/2025 16:50
Expedida/certificada a comunicação eletrôinica Documento: 27754848
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03/09/2025 07:39
Juntada de Petição de certidão de julgamento
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02/09/2025 02:57
Conhecido o recurso de MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE - CNPJ: 07.***.***/0001-14 (APELANTE) e provido em parte
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02/09/2025 01:08
Confirmada a comunicação eletrônica
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01/09/2025 16:17
Deliberado em Sessão - Julgado - Mérito
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22/08/2025 00:00
Publicado Intimação de Pauta em 22/08/2025. Documento: 27365181
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21/08/2025 00:00
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 21/08/2025 Documento: 27365181
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21/08/2025 00:00
Intimação
ESTADO DO CEARÁPODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA 3ª Câmara de Direito PúblicoINTIMAÇÃO DE PAUTA DE SESSÃO DE JULGAMENTOData da Sessão: 01/09/2025Horário: 14:00:00 Intimamos as partes do processo 3000868-34.2023.8.06.0112 para sessão de julgamento que está agendada para Data/Horário citados acima.
Solicitação para sustentação oral através do e-mail da secretaria até as 18h do dia útil anterior ao dia da sessão. E-mail: [email protected] -
20/08/2025 15:25
Expedida/certificada a comunicação eletrôinica Documento: 27365181
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20/08/2025 15:16
Inclusão em pauta para julgamento de mérito
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20/08/2025 12:25
Pedido de inclusão em pauta
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20/08/2025 11:23
Conclusos para despacho
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20/08/2025 09:53
Conclusos para julgamento
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19/08/2025 16:06
Conclusos para decisão
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08/08/2025 17:11
Juntada de Petição de manifestação do ministério público
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08/08/2025 17:10
Confirmada a comunicação eletrônica
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05/08/2025 09:50
Proferido despacho de mero expediente
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04/08/2025 10:49
Recebidos os autos
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04/08/2025 10:49
Conclusos para despacho
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04/08/2025 10:49
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
04/08/2025
Ultima Atualização
04/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
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