TJAL - 0756203-67.2024.8.02.0001
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Des. Fabio Costa de Almeida Ferrario
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Polo Passivo
Advogados
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
01/09/2025 09:18
Intimação / Citação à PGE
-
01/09/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 01/09/2025.
-
29/08/2025 13:28
Ato Publicado
-
29/08/2025 00:00
Intimação
DESPACHO Nº 0756203-67.2024.8.02.0001 - Apelação Cível - Maceió - Apelado: Estado de Alagoas - Apelante: Maria do Socorro Costa - 'Recurso Extraordinário em Apelação Cível nº 0756203-67.2024.8.02.0001 Recorrente : Estado de Alagoas.
Procurador : Thiago Brilhante Pires (OAB: 47725/CE).
Recorrida : Maria do Socorro Costa.
Advogada : Erika Duarte Melo Albuquerque (OAB: 14635/AL).
DECISÃO/CARTA/OFÍCIO Nº _______/2025.
Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo Estado de Alagoas, em face de acórdão oriundo de Câmara Cível deste Tribunal de Justiça, com fundamento no art. 102, III, ''a'', da Constituição Federal.
A parte recorrente alegou, em síntese, que o acórdão objurgado teria negado vigência "aos artigos 23, inciso II, 198, caput, e 109, inciso I, todos da Constituição Federal" (sic, fl. 253).
Intimada, a parte recorrida apresentou contrarrazões às fls. 267/273, oportunidade na qual pugnou pela inadmissão do recurso ou seu improvimento. É, em síntese, o relatório.
Fundamento e decido.
Inicialmente, verifica-se que estão presentes os requisitos genéricos extrínsecos (preparo - dispensado, por ser o recorrente pessoa jurídica de direito público interno, tempestividade e regularidade formal) e intrínsecos (cabimento, legitimação, interesse e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer) de admissibilidade recursal.
Quanto aos requisitos específicos do recurso extraordinário, constata-se que a insurgência ataca decisão definitiva deste Tribunal de Justiça e que houve o esgotamento das vias ordinárias.
Ademais, a matéria impugnada foi devidamente enfrentada pelo órgão colegiado, que se pronunciou fundamentadamente sobre o tema, ainda que contrariamente à pretensão da parte recorrente, que, de seu turno, se desincumbiu do ônus de demonstrar a repercussão geral, mesmo se tratando de hipótese de repercussão já reconhecida pela Suprema Corte.
Em relação ao cabimento, alega a parte recorrente que atende ao requisito do art. 102, III, ''a'', da Constituição Federal, porquanto o acórdão objurgado teria negado vigência "aos artigos 23, inciso II, 198, caput, e 109, inciso I, todos da Constituição Federal", ao não reconhecer a obrigatoriedade de inclusão da União no polo passivo da demanda e, por conseguinte, a competência da Justiça Federal para processar e julgar a ação.
Dito isso, observa-se que o Supremo Tribunal Federal apreciou a questão controvertida no julgamento do representativo do Tema 793, oportunidade na qual restou definida a seguinte tese: Tema 793: Os entes da federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde, e diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro.
Nos exatos termos das mencionadas conclusões do STF, notadamente do conteúdo do Tema 793, em primeiro momento, verifica-se que foi mantido o entendimento acerca da solidariedade dos entes federativos pela implementação do direito à saúde.
O fato de a tese consignar que "compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro" não desconstrói o instituto da solidariedade, mas tão somente reafirma que, diante da faculdade de a parte demandante direcionar a ação contra um ou mais entes federativos, poderá o Magistrado, atento às regras de repartição de competências, deferir eventual ressarcimento pleiteado pelo ente federativo demandado em face da real pessoa jurídica de direito público interno responsável pela implementação da medida de saúde litigada.
Nesse contexto, entendo que autorizar ao julgador o redirecionamento do pleito correlato à saúde à União nas situações em que normas infralegais estabeleçam que fármacos/insumos/procedimentos cirúrgicos sejam custeados por esta, não significa impor à parte autora a obrigatória de citação da referida pessoa jurídica de direito público interno para que esta passe a integrar o polo passivo.
Entendimento contrário contempla o desvirtuamento dos institutos da solidariedade e do litisconsórcio facultativo, os quais há muito são devidamente observados pela Suprema Corte, principalmente quando a contenda envolve os direitos constitucionais à saúde e à vida.
Outrossim, registre-se que, em que pese no dia 13 de setembro de 2024, o julgamento do Recurso Extraordinário 1.366.243 / Santa Catarina (Tema 1.234) tenha sido finalizado com o desprovimento do apelo extremo e a homologação, em parte, dos termos de 3 (três) acordos, há de se ressaltar que "no que diz respeito aos produtos de interesse para saúde que não sejam caracterizados como medicamentos, tais como órteses, próteses e equipamentos médicos, bem como aos procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, insta esclarecer que não foram debatidos na Comissão Especial e, portanto, não são contemplados neste tema 1.234" (sic, grifos aditados).
Logo, analisando os autos, considerando que os procedimentos pleiteados não são medicamentos e, ainda que sejam disponibilizados pelo SUS na categoria de média / alta complexidade, observa-se que o acórdão objurgado adotou os fundamentos determinantes da tese fixada pela Corte Superior no Tema 793, pois reconheceu a responsabilidade solidária das pessoas jurídicas de direito público interno na prestação do direito à saúde àqueles que necessitam de custeio público. À vista disso, entendo que a pretensão recursal não merece prosperar.
Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO ao recurso extraordinário, o que faço com fundamento no art. 1.030, I, ''a'', do Código de Processo Civil.
Decorrido o prazo sem a interposição de recurso, o qual não é interrompido pela oposição de aclaratórios por serem manifestamente incabíveis, proceda-se à baixa ou ao arquivamento dos autos, conforme o caso.
Publique-se.
Intimem-se.
Cumpra-se.
Maceió, data da assinatura digital.
Des.
Fábio José Bittencourt Araújo Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas' - Des.
Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas - Advs: Thiago Brilhante Pires (OAB: 47725/CE) - Erika Duarte Melo Albuquerque (OAB: 14635/AL) -
27/08/2025 14:46
Decisão Monocrática cadastrada
-
27/08/2025 13:45
Negado seguimento a Recurso
-
26/08/2025 11:58
Ciente
-
26/08/2025 11:56
Conclusos para despacho
-
26/08/2025 11:48
Expedição de tipo_de_documento.
-
25/08/2025 23:00
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
01/08/2025 10:00
Ato Publicado
-
01/08/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 01/08/2025.
-
30/07/2025 17:01
Proferido despacho de mero expediente
-
30/07/2025 16:01
Conclusos para despacho
-
30/07/2025 16:01
Expedição de tipo_de_documento.
-
30/07/2025 15:58
Juntada de Petição de Recurso Extraordinário
-
30/07/2025 15:58
Redistribuído por tipo_de_distribuicao_redistribuicao em razão de Erro Material
-
30/07/2025 15:58
Redistribuído por tipo_de_distribuicao_redistribuicao em razão de Impedimento
-
28/07/2025 16:49
Remetidos os Autos (motivo_da_remessa) para destino
-
28/07/2025 16:42
Expedição de tipo_de_documento.
-
12/06/2025 11:16
Ciente
-
12/06/2025 11:14
Juntada de Outros documentos
-
06/06/2025 01:43
Expedição de tipo_de_documento.
-
28/05/2025 04:37
Expedição de tipo_de_documento.
-
26/05/2025 13:26
Ciente
-
26/05/2025 11:35
Juntada de Petição de parecer
-
26/05/2025 11:35
Juntada de Petição de Petição (outras)
-
23/05/2025 12:13
Ato Publicado
-
23/05/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 23/05/2025.
-
22/05/2025 17:24
Intimação / Citação à PGE
-
22/05/2025 17:24
Vista / Intimação à PGJ
-
22/05/2025 14:45
Acórdãocadastrado
-
21/05/2025 19:07
Processo Julgado Sessão Presencial
-
21/05/2025 19:07
Conhecido o recurso de
-
21/05/2025 17:44
Expedição de tipo_de_documento.
-
21/05/2025 14:00
Processo Julgado
-
12/05/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 12/05/2025.
-
09/05/2025 13:25
Expedição de tipo_de_documento.
-
09/05/2025 12:01
Expedição de tipo_de_documento.
-
08/05/2025 15:37
Incluído em pauta para 08/05/2025 15:37:25 local.
-
08/05/2025 11:30
Disponibilização no Diário da Justiça Eletrônico
-
08/05/2025 00:00
Publicado ato_publicado em 08/05/2025.
-
07/05/2025 18:00
Solicitação de dia para Julgamento - Relator
-
05/05/2025 19:50
Conclusos para julgamento
-
05/05/2025 19:50
Expedição de tipo_de_documento.
-
05/05/2025 19:50
Distribuído por Prevenção
-
05/05/2025 19:47
Registrado para Retificada a autuação
-
05/05/2025 19:47
Recebidos os autos pela Entrada de Recursos
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
05/05/2025
Ultima Atualização
27/08/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
DECISÃO • Arquivo
DECISÃO • Arquivo
DESPACHO • Arquivo
DESPACHO • Arquivo
ACÓRDÃO • Arquivo
ACÓRDÃO • Arquivo
ACÓRDÃO • Arquivo
DESPACHO • Arquivo
DESPACHO • Arquivo
DESPACHO • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0757773-88.2024.8.02.0001
Maria Elza da Silva
Banco Bmg S/A
Advogado: Maria de Fatima Reis de Freitas Vale
2ª instância - TJAL
Ajuizamento: 07/05/2025 17:30
Processo nº 0756209-74.2024.8.02.0001
Ana Luisa da Silva Colaco
Estado de Alagoas
Advogado: Marta Virginia Bezerra Moreira
1ª instância - TJAL
Ajuizamento: 21/11/2024 15:10
Processo nº 0755148-81.2024.8.02.0001
Adnelson Salu de Queiroz
Banco Bmg S/A
Advogado: Gabriel de Franca Ribeiro
2ª instância - TJAL
Ajuizamento: 25/04/2025 11:55
Processo nº 0754690-98.2023.8.02.0001
Ana Carla dos Santos
Estado de Alagoas
Advogado: Leiliane Marinho Silva
1ª instância - TJAL
Ajuizamento: 19/08/2024 09:36
Processo nº 0759665-32.2024.8.02.0001
Jose Ramos Galvao de Oliveira
Caixa Seguros S.A.
Advogado: Agenario Velames de Almeida
2ª instância - TJAL
Ajuizamento: 28/05/2025 09:15