TJSP - 0001613-16.2025.8.26.0152
1ª instância - Vara Juizado Esp. Civel Crim. de Cotia
Polo Ativo
Partes
Advogados
Nenhum advogado registrado.
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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08/09/2025 06:07
Juntada de Certidão
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05/09/2025 14:59
Expedição de Carta.
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01/09/2025 02:34
Certidão de Publicação Expedida
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01/09/2025 00:00
Intimação
Processo 0001613-16.2025.8.26.0152 - Procedimento do Juizado Especial Cível - Obrigações - Crefisa S/A Crédito, Financiamento e Investimentos -
Vistos.
Dispensado o relatório, nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/95.
FUNDAMENTO E DECIDO.
O feito comporta julgamento antecipado, na forma do art. 355, I, do CPC, pois desnecessária a produção de outras provas.
Inicialmente, deixo de analisar as preliminares suscitadas, uma vez que o resultado da demanda será favorável ao requerido, dando-se primazia ao julgamento do mérito.
Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedidos de indenização material e moral, na qual o autor alega ter sido vítima de golpe praticado por pessoa que se passou por funcionária da ré, identificada como "Bruna de Souza Silva Roberto".
Segundo o autor, foi contatado para supostos serviços de portabilidade de dívida da Caixa Econômica Federal, ocasião em que teria transferido R$ 18.937,00 para quitação do empréstimo anterior, mas o valor não foi utilizado para tal finalidade, resultando em dois descontos em seu benefício previdenciário.
Em contestação, o réu sustenta a regularidade da contratação, apresentando documentação que comprova a celebração do contrato de empréstimo consignado nº 097002171615, mediante procedimentos de segurança digital, incluindo biometria facial e transferência do valor contratado para conta bancária do autor.
Mérito É incontroverso que existe contrato de empréstimo consignado celebrado entre as partes; que o autor recebeu crédito em sua conta bancária no valor de R$ 20.243,32 (fls. 144) e que há descontos mensais de R$ 512,59 em seu benefício previdenciário.
A controvérsia cinge-se a determinar se houve fraude na contratação ou se o autor efetivamente celebrou o negócio jurídico de forma consciente e voluntária.
A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, aplicando-se o regime de responsabilidade civil objetiva das instituições financeiras, conforme Súmula 479 do STJ.
Contudo, a responsabilidade objetiva não é absoluta, admitindo as excludentes previstas no art. 14, § 3º, do CDC, entre elas a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
A análise detida dos elementos probatórios revela que o autor foi vítima do conhecido "golpe da falsa central de atendimento", modalidade criminosa em que estelionatários se fazem passar por funcionários de instituições financeiras para obter informações e induzir vítimas a realizar transações fraudulentas.
A documentação apresentada pelo requerido comprova de forma inequívoca a regularidade da contratação.
O empréstimo foi formalizado mediante processo digital seguro, com fornecimento de documentos pessoais, verificação de dados, assinatura eletrônica por biometria facial e geolocalização.
A análise do comprovante de envio de pix de fls. 17 revela que o valor foi direcionado exclusivamente para Bruna de Souza Silva Roberta, pessoa física, completamente estranha ao requerido e sem qualquer relação ou vínculo com a instituição financeira.
Para configuração da responsabilidade civil, é indispensável a presença dos elementos: conduta (ação ou omissão), dano e nexo causal.
No caso, embora comprovado o dano (prejuízo de R$ 18.937,00), não há nexo causal entre eventual conduta do banco réu e os prejuízos experimentados.
Não constatada qualquer falha na prestação de serviços bancários, vazamento de dados ou participação da instituição financeira na fraude.
O autor seguiu orientações dos golpistas, contratou o empréstimo, recebeu o dinheiro em sua conta e realizou voluntariamente a transferência mediante utilização de seus próprios dados bancários e senhas, para destinatários que claramente não se confundem com o banco réu.
A hipótese configura excludente de responsabilidade por culpa exclusiva da vítima, nos termos do art. 14, § 3º, II, do CDC.
O autor não adotou as cautelas mínimas esperadas, como verificar se os dados dos beneficiários das transferências correspondiam efetivamente ao banco credor e confirmar a operação pelos canais oficiais do banco antes de efetuar os pagamentos.
A conduta do autor caracteriza imprudência que rompe o nexo causal, constituindo fator exclusivo do evento danoso.
A jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo é firme no sentido de afastar a responsabilidade das instituições financeiras em casos de golpe da falsa central de atendimento quando caracterizada a culpa exclusiva da vítima: Nesse sentido: Apelações.
Contrato bancário.
Fraude.
Golpe da falsa central de atendimento.
Ação de restituição de valores.
Recurso contra sentença que declarou a inexistência do contrato de empréstimo e condenou os réus à devolução de valores descontados indevidamente.
Imprudência da autora ao transferir valores para terceiros sob falsa promessa de cancelamento.
Responsabilidade dos réus afastada.
Culpa exclusiva da vítima.
Sentença reformada.
Recurso do Banco Pan provido e recursos do Banco Cetelem e da autora prejudicados. (TJSP; Apelação Cível 1002671-11.2023.8.26.0248; Relator (a):Fernão Borba Franco; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito Privado; Foro de Indaiatuba -2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 13/03/2025; Data de Registro: 13/03/2025) grifei Apelação Indeferimento do benefício da justiça gratuita aos autores Determinação para recolhimento do preparo, sob pena de deserção Desatendimento Deserção configurada Inteligência do artigo 101, §2º, do CPC Recurso dos autores não conhecido.
Indenização Danos materiais e morais Transações não reconhecidas Fraude Golpe da Falsa Central de Atendimento Responsabilidade da instituição bancária Artigos 186, 187 e 927 do Código Civil Limitação pela prática dos atos vinculados ao serviço que presta 'fato do serviço' e 'vício do serviço' Artigo 927 § único do Código Civil Negligência do estabelecimento bancário Inobservância da regra de cuidado e dever de segurança Conduta Relação de causa e efeito Não reconhecimento Relação de causalidade Regra de incidência Artigo 403 do Código Civil Conduta negligente e inobservância do dever de fiscalizar que não é causa ou concausa eficiente para o resultado Evento danoso que extrapola os limites da relação objetiva Peculiaridade Singularidade da questão Prática de ato voluntário próprio pelo titular da conta que explicita assunção de risco Contato telefônico com suposto representante do banco, seguido da execução de procedimentos eletrônicos e digitação da senha de acesso à conta Fragilização do sistema de segurança, e viabilização da atuação fraudulenta de terceiros Inobservância do dever de cautela pelo titular da conta, com adoção de posturas incompatíveis com as disposições contratuais, atinentes à segurança das operações eletrônicas Culpa exclusiva e excludente de responsabilidade Inaplicabilidade da Súmula 497 do STJ Inocorrência de 'fortuito interno' Ausência dos pressupostos de incidência Artigo 393 do Código Civil Evento danoso por ação estranha à atividade do réu Excludente de responsabilidade Aplicação do artigo 14, §3º, inciso II, do CDC Ausência de falha na prestação dos serviços Prévia análise do perfil do usuário Ausência de vinculação ou obrigação contratual Ação improcedente Sentença reformada Sucumbência exclusiva da parte autora.
Recurso do réu provido e não conhecido o recurso da parte autora.(TJSP; Apelação Cível 1021747-33.2024.8.26.0071; Relator (a):Henrique Rodriguero Clavisio; Órgão Julgador: 18ª Câmara de Direito Privado; Foro de Bauru -4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 13/03/2025; Data de Registro: 13/03/2025). grifei Não se aplica ao caso a responsabilidade objetiva prevista na Súmula 479 do STJ, pois não se trata de fortuito interno relacionado a falhas do sistema bancário, mas sim de fortuito externo decorrente de ação fraudulenta de terceiros facilitada pela conduta imprudente da própria vítima.
O evento danoso extrapolou os limites da atividade bancária, caracterizando fato de terceiro que exclui a responsabilidade da instituição financeira.
Dispositivo Ante o exposto, julgo IMPROCEDENTES os pedidos formulados na inicial, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do CPC.
Sem custas e honorários advocatícios nesta fase processual, conforme artigo 55 da Lei 9.099/95.
No sistema dos Juizados Especiais, em caso de interposição do Recurso Inominado, deverá ser elaborada certidão antes da remessa dos autos ao Colégio Recursal.
Ressalvada a hipótese de concessão de gratuidade da justiça, o preparo corresponderá: a) à taxa judiciária de ingresso, no importe de 1,5% sobre o valor atualizado da causa, observado o valor mínimo de 5 (cinco) UFESPs, a ser recolhida na guia DARE; b) à taxa judiciária referente às custas de preparo, no importe de 4% sobre o valor fixado na sentença, se líquido, ou sobre o valor fixado equitativamente pelo MM.
Juiz de Direito, se ilíquido ou ainda 4% sobre o valor atualizado atribuído à causa na ausência de pedido condenatório, observado o valor mínimo de 5 (cinco) UFESPs, a ser recolhida na guia DARE; c) às despesas processuais referentes a todos os serviços forenses eventualmente utilizados (despesas postais, diligências do Oficial de Justiça, taxas para pesquisas de endereço nos sistemas conveniados, custas para publicação de editais etc.), a serem recolhidas na guia FEDTJ, à exceção das diligências de Oficial de Justiça, que deverão ser colhidas na guia GRD.
O preparo será recolhido de acordo com os critérios acima estabelecidos independente de cálculo elaborado pela serventia que apenas será responsável pela conferência dos valores e elaboração da certidão para juntada aos autos.
Eventual pedido de justiça gratuita está prejudicado nesta fase processual, pois, conforme o artigo 54 da Lei 9.099/95, o acesso ao Juizado Especial independe, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Tal benefício só precisará ser avaliado em caso de eventual interposição de recurso.
Tratando-se de decreto de improcedência, com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com as cautelas de praxe e independente de nova decisão.
P.I.C. - ADV: LÁZARO JOSÉ GOMES JÚNIOR (OAB 8125/MS) -
29/08/2025 17:11
Remetidos os Autos (;7:destino:Remessa) para destino
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29/08/2025 16:43
Julgada improcedente a ação
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03/08/2025 21:10
Expedição de Certidão.
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01/08/2025 12:19
Conclusos para julgamento
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06/05/2025 17:05
Juntada de Petição de Petição (outras)
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01/05/2025 02:27
Suspensão do Prazo
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30/04/2025 18:05
Juntada de Petição de contestação
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17/04/2025 15:25
Juntada de Petição de Petição (outras)
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15/04/2025 17:02
Expedição de Certidão.
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09/04/2025 14:19
Expedição de Certidão.
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09/04/2025 10:03
Expedição de Mandado.
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08/04/2025 09:36
Expedição de Ofício.
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07/04/2025 15:13
Concedida a Medida Liminar
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31/03/2025 16:38
Conclusos para decisão
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31/03/2025 16:38
Juntada de Outros documentos
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31/03/2025 16:38
Juntada de Outros documentos
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31/03/2025 16:38
Juntada de Outros documentos
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31/03/2025 16:37
Juntada de Outros documentos
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31/03/2025 16:37
Juntada de Outros documentos
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31/03/2025 16:37
Expedição de Outros documentos.
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31/03/2025 14:13
Distribuído por competência exclusiva
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
31/03/2025
Ultima Atualização
08/09/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Sentença • Arquivo
Decisão • Arquivo
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