TJRN - 0909323-38.2022.8.20.5001
1ª instância - 16ª Vara Civel da Comarca de Natal
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Polo Passivo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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                                            25/11/2024 03:21 Publicado Intimação em 23/02/2024. 
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                                            25/11/2024 03:21 Disponibilizado no DJ Eletrônico em 22/02/2024 
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                                            04/04/2024 13:49 Remetidos os Autos (em grau de recurso) para Instância Superior 
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                                            02/04/2024 10:21 Juntada de Petição de contrarrazões 
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                                            26/03/2024 22:54 Decorrido prazo de OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL em 25/03/2024 23:59. 
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                                            26/03/2024 11:30 Decorrido prazo de OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL em 25/03/2024 23:59. 
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                                            26/03/2024 08:19 Decorrido prazo de MARCO ANTONIO DO NASCIMENTO GURGEL em 25/03/2024 23:59. 
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                                            26/03/2024 08:11 Decorrido prazo de MARCO ANTONIO DO NASCIMENTO GURGEL em 25/03/2024 23:59. 
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                                            25/03/2024 11:48 Juntada de Petição de comunicações 
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                                            28/02/2024 10:18 Expedição de Outros documentos. 
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                                            28/02/2024 10:17 Ato ordinatório praticado 
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                                            22/02/2024 00:00 Intimação PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 16ª Vara Cível da Comarca de Natal Rua Doutor Lauro Pinto, 315, Candelária, NATAL - RN - CEP: 59064-250 Processo nº: 0909323-38.2022.8.20.5001 Ação: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) AUTOR: CASTENIA SOARES DO NASCIMENTO SOUTO REU: OI S.A. - EM RECUPERACAO JUDICIAL SENTENÇA Vistos etc.
 
 Trata-se de Ação De Obrigação De Fazer C/C Indenização Por Danos Morais, Declaração De Prescrição E Pedido De Tutela Provisória De Urgência promovida por Castenia Soares Do Nascimento em face do OI S.A., todos qualificados.
 
 A parte autora sustenta, em síntese, que ao consultar a plataforma digital do SERASA foi surpreendida pela anotação de informação negativa referente a dívidas vencidas, oriundas do contrato sob nº 9679495043008436M0207-200109, 9679495043008436640207-200107, 9679495043008436640207-200106, 9679495043008436640207-200108, 9679495043008436640207-200110, 9679495043008436640207-200111, totalizando o valor de R$ 259,89 (duzentos e cinquenta e nove reais e oitenta e nove centavos), vencidas em 03/09/2006.
 
 Aduz que a dívida mencionada configura-se com a prescrição quinquenal.
 
 Ao final, requer o provimento jurisdicional para obter a declaração da prescrição das dívidas com cancelamento definitivo da anotação em razão da prescrição e a exclusão de seu nome do cadastro do Serasa Lima Nome bem como indenização por danos morais.
 
 Decisão de ID. 105813315 concedeu o benefício da justiça gratuita à parte autora e a inversão do ônus da prova e indeferiu a tutela antecipada.
 
 Citada, a demandada apresentou contestação, ID. 108321902, ocasião em que afirmou que a dívida existe e que a demandante se encontra inadimplente, tendo conhecimento da dívida.
 
 Prossegue afirmando que não houve inserção do seu nome nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito.
 
 A demandante apresentou réplica (ID. 111133953).
 
 As partes não demonstraram a necessidade de produção de outras provas.
 
 Relatei.
 
 Decido.
 
 Cabe o julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355, I, do CPC.
 
 Na hipótese dos autos, é certo que a cobrança contra a qual se opõe a demandante decorre de dívida prescrita, de forma que se ultrapassou o prazo de cinco anos, previsto em lei para a sua cobrança, em conformidade com o art. 206, §5°, I, do CC.
 
 A matéria foi examinada em sede de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR, pelo egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, que concluiu pela ausência de interesse de agir, e que o seu reconhecimento “decorre da conclusão de que a parte não é titular de uma pretensão albergada pela relação de direito material, do que resulta que o julgamento deve ser prolatado em sentença definitiva, analisando o mérito da demanda e formando coisa julgada material”. (IRDR 0805069-79.2022.8.20.0000, Rel.
 
 Juiz Ricardo Tinoco de Góes).
 
 Assim ficou ementado o acórdão: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.
 
 INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR.
 
 TEMA 9/TJRN.
 
 AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
 
 INSCRIÇÃO NA PLATAFORMA “SERASA LIMPA NOME”.
 
 DÍVIDA PRESCRITA HÁ MAIS DE CINCO ANOS.
 
 CONTROVÉRSIA ACERCA DA POSSIBILIDADE DE RECONHECER A PRESCRIÇÃO COMO OBJETO AUTÔNOMO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO.
 
 TESE FIXADA: 1) É INADMISSÍVEL INCLUIR O RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO NO ROL DOS PEDIDOS FORMULADOS NA AÇÃO. 2) PRESCRIÇÃO, QUANDO HÁ, FULMINA O EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO.
 
 AUSENTE, NO CASO, O INTERESSE PROCESSUAL DO AUTOR. 3) NECESSIDADE DE EXAME DA RELAÇÃO DE DIREITO MATERIAL QUANDO DO RECONHECIMENTO DA FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL OU DE AGIR, SENDO INÚTIL, NA ESPÉCIE, EXTINGUIR O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
 
 IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 4) PREJUDICADA A ANÁLISE DAS QUESTÕES ALUSIVAS À ALEGADA INEXIGIBILIDADE DA DÍVIDA; EXCLUSÃO DO REGISTRO NO CADASTRO "SERASA LIMPA NOME"; E PRETENSÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS.
 
 SUCUMBÊNCIA EXCLUSIVA DA PARTE AUTORA.
 
 APLICAÇÃO À CAUSA PILOTO: APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.
 
 O Código de Processo Civil estabelece que: Art. 927.
 
 Os juízes e os tribunais observarão: I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II – os enunciados de súmula vinculante; III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV – os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
 
 Art. 928.
 
 Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I – incidente de resolução de demandas repetitivas; II – recursos especial e extraordinário repetitivos.
 
 Parágrafo único.
 
 O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
 
 Acerca do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas: Art. 985.
 
 Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região; II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.
 
 Sendo assim, e considerando o disposto no artigo 927, III, do Código de Processo Civil, faz-se necessário o acolhimento da tese exposta, haja vista a vinculação do precedente qualificado.
 
 De esclarecer que, quanto à eventual pedido de reconhecimento de prescrição, o TJRN entendeu que falta interesse de agir para a parte autora, porquanto esta não sofreu nenhuma cobrança dos valores que compõem a dívida prescrita, não sendo, assim, titular de interesse ou pretensão de ver reconhecida a prescrição em juízo.
 
 Por outro lado, para a nossa Corte, a informação constante na plataforma “Serasa Limpa Nome” não se equiparara à inscrição do nome do consumidor em serviços de proteção ao crédito, nem pode ser alcançada pelos efeitos gerados pela prescrição.
 
 Segundo entendeu o TJRN no IRDR acima citado, o serviço Serasa Limpa Nome “consiste em ambiente digital para negociação e quitação de dívidas, o qual somente é acessado mediante a realização de cadastro, não se tratando, propriamente, de um cadastro negativo, mas de uma plataforma que permite a quitação de supostos débitos.
 
 O seu conteúdo não é disponibilizado para terceiros, sendo as informações relativas aos débitos cadastrados para renegociação de visualização restrita ao consumidor, bem como não tem o condão de restringir ou inviabilizar a obtenção de crédito.” Com efeito, a prescrição não atinge o Serasa Limpa Nome, por se tratar de uma mera plataforma de negociação restrita aos envolvidos, sendo oportuno ressaltar que a prescrição não atinge a existência da dívida, apenas a pretensão referente ao exercício do direito a ela relacionado (art. 189 do Código Civil).
 
 O TJRN também entendeu que a plataforma “Serasa Limpa Nome” não representa ofensa às regras consumeristas, estabelecendo que o art. 43, §1º, do CDC, aplica-se tão somente às informações negativas em cadastros de proteção ao crédito, que não se confunde com os dados encontrados na referida plataforma eletrônica.
 
 De outra via, ainda que as dívidas constantes no “Serasa Limpa Nome” fossem capazes de baixar a pontuação do consumidor no “Serasa Score”, tal fato não constituiria ato ilícito, uma vez que, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de recurso repetitivo (tema 710), assentou o entendimento de que o sistema de credit scoring trata-se de um banco de dados estatísticos, o qual atribui nota de risco ao consumidor com base no seu histórico de crédito, para fins de sua concessão, sendo, portanto, cadastro positivo lícito, nos termos da Lei 12.414/2011, a saber: RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ART. 543-C DO CPC).
 
 TEMA 710/STJ.
 
 DIREITO DO CONSUMIDOR.
 
 ARQUIVOS DE CRÉDITO.
 
 SISTEMA "CREDIT SCORING".
 
 COMPATIBILIDADE COM O DIREITO BRASILEIRO.
 
 LIMITES.
 
 DANO MORAL.
 
 I – TESES: 1) O sistema "credit scoring" é um método desenvolvido para avaliação do risco de concessão de crédito, a partir de modelos estatísticos, considerando diversas variáveis, com atribuição de uma pontuação ao consumidor avaliado (nota do risco de crédito); 2) Essa prática comercial é lícita, estando autorizada pelo art. 5º, IV, e pelo art. 7º, I, da Lei n. 12.414/2011 (lei do cadastro positivo). 3) Na avaliação do risco de crédito, devem ser respeitados os limites estabelecidos pelo sistema de proteção do consumidor no sentido da tutela da privacidade e da máxima transparência nas relações negociais, conforme previsão do CDC e da Lei n. 12.414/2011. 4) Apesar de desnecessário o consentimento do consumidor consultado, devem ser a ele fornecidos esclarecimentos, caso solicitados, acerca das fontes dos dados considerados (histórico de crédito), bem como as informações pessoais valoradas. 5) O desrespeito aos limites legais na utilização do sistema "credit scoring", configurando abuso no exercício desse direito (art. 187 do CC), pode ensejar a responsabilidade objetiva e solidária do fornecedor do serviço, do responsável pelo banco de dados, da fonte e do consulente (art. 16 da Lei n. 12.414/2011) pela ocorrência de danos morais nas hipóteses de utilização de informações excessivas ou sensíveis (art. 3º, § 3º, I e II, da Lei n. 12.414/2011), bem como nos casos de comprovada recusa indevida de crédito pelo uso de dados incorretos ou desatualizados. (REsp 1457199/RS, Rel.
 
 Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 12/11/2014, DJe 17/12/2014) Desse modo, não é possível se observar qualquer irregularidade na conduta da ré em permitir que os débitos da autora estejam na citada plataforma de renegociação, sendo imperioso concluir, por conseguinte, que inexiste o dever de indenizar da ré por essa prática, pela ausência do cometimento de ato ilícito ou de abuso de direito (art. 927 do Código Civil).
 
 Por último, segundo entendeu o TJRN no aludido precedente vinculante, o processo deve ser extinto com resolução do mérito e o ônus da sucumbência deve ser da parte autora, uma vez que “o reconhecimento da falta de interesse processual no presente caso, decorre da conclusão de que a parte não é titular de uma pretensão albergada pela relação de direito material, do que resulta que o julgamento deve ser prolatado em sentença definitiva, analisando o mérito da demanda e formando coisa julgada material”.
 
 Diante do exposto, julgo improcedente o pedido formulado na inicial, condenando a parte demandante no pagamento das despesas do processo e em honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da causa, com fundamento no § 8.º do artigo 85 do CPC.
 
 Sendo beneficiária da justiça gratuita, fica suspensa a exigibilidade dessas verbas nos termos do art. 98, § 3º, do CPC.
 
 P.
 
 R.
 
 I.
 
 NATAL/RN, 20 de fevereiro de 2024.
 
 ANDRE LUIS DE MEDEIROS PEREIRA Juiz(a) de Direito (documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06)
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                                            21/02/2024 09:59 Expedição de Outros documentos. 
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                                            20/02/2024 15:43 Juntada de Petição de petição 
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                                            20/02/2024 12:59 Julgado improcedente o pedido 
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                                            03/02/2024 15:54 Juntada de Petição de comunicações 
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                                            19/01/2024 13:26 Conclusos para julgamento 
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                                            19/01/2024 13:26 Expedição de Outros documentos. 
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                                            19/01/2024 09:55 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            30/11/2023 17:32 Conclusos para despacho 
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                                            22/11/2023 15:40 Juntada de Petição de petição 
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                                            14/11/2023 10:41 Juntada de aviso de recebimento 
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                                            17/10/2023 15:47 Expedição de Outros documentos. 
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                                            17/10/2023 15:46 Ato ordinatório praticado 
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                                            04/10/2023 22:33 Juntada de Petição de contestação 
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                                            29/08/2023 18:07 Expedição de Aviso de recebimento (AR). 
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                                            25/08/2023 09:41 Expedição de Outros documentos. 
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                                            25/08/2023 09:25 Não Concedida a Antecipação de tutela 
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                                            24/08/2023 12:05 Conclusos para decisão 
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                                            24/08/2023 12:05 Expedição de Outros documentos. 
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                                            24/08/2023 11:55 Levantada a suspensão ou sobrestamento dos autos 
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                                            24/08/2023 09:30 Proferido despacho de mero expediente 
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                                            24/08/2023 08:45 Conclusos para decisão 
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                                            07/11/2022 10:21 Juntada de Petição de comunicações 
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                                            04/11/2022 12:07 Expedição de Outros documentos. 
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                                            04/11/2022 10:49 Processo Suspenso por Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas 9 
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                                            03/11/2022 16:06 Conclusos para decisão 
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                                            03/11/2022 16:06 Distribuído por sorteio 
Detalhes
                                            Situação
                                            Ativo                                        
                                            Ajuizamento
                                            03/11/2022                                        
                                            Ultima Atualização
                                            28/02/2024                                        
                                            Valor da Causa
                                            R$ 0,00                                        
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