TJMA - 0804485-07.2018.8.10.0040
2ª instância - Câmara / Desembargador(a) Gabinete Do(A) Desembargador(A) Maria Francisca Gualberto de Galiza
Processos Relacionados - Outras Instâncias
Polo Ativo
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
-
10/12/2024 18:46
Conclusos ao relator ou relator substituto
-
09/12/2024 08:18
Juntada de parecer do ministério público
-
25/11/2024 11:04
Expedição de Comunicação eletrônica.
-
21/11/2024 17:05
Proferido despacho de mero expediente
-
30/10/2024 16:03
Redistribuído por sorteio em razão de incompetência
-
30/10/2024 16:03
Conclusos ao relator ou relator substituto
-
30/10/2024 16:00
Juntada de Certidão
-
30/10/2024 11:18
Recebidos os autos
-
30/10/2024 11:18
Remetidos os Autos (outros motivos) para setor de Distribuição
-
29/10/2024 11:41
Não conhecimento do pedido
-
14/10/2024 17:29
Conclusos ao relator ou relator substituto
-
14/10/2024 13:15
Recebidos os autos
-
14/10/2024 13:15
Juntada de ato ordinatório
-
12/07/2023 07:15
Baixa Definitiva
-
12/07/2023 07:15
Remetidos os Autos (por julgamento definitivo do recurso) para Instância de origem
-
12/07/2023 07:14
Expedição de Certidão de trânsito em julgado.
-
12/07/2023 00:09
Decorrido prazo de BANCO DO BRASIL SA em 11/07/2023 23:59.
-
12/07/2023 00:04
Decorrido prazo de SHIRLEIA CABRAL SILVA em 11/07/2023 23:59.
-
20/06/2023 15:57
Publicado Decisão em 19/06/2023.
-
20/06/2023 15:57
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2023
-
20/06/2023 15:57
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 16/06/2023
-
16/06/2023 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO MARANHÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Gabinete do Desembargador Josemar Lopes Santos APELAÇÃO N° 0804485-07.2018.8.10.0040 Apelante : Shirleia Cabral Silva Advogado : Ramon Rodrigues Silva Dominices (OAB/MA 10.100) Apelado : Banco do Brasil S/A Advogado : Nelson Wilians Fratoni Rodrigues (OAB/MA 9.348-A) Órgão Julgador : Sétima Câmara Cível Relator : Desembargador Josemar Lopes Santos APELAÇÃO.
DIREITO DO CONSUMIDOR.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
AÇÃO INDENIZATÓRIA.
ALEGAÇÃO DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
SANEAMENTO DO PROCESSO (ART. 357 DO CPC).
DESPACHO DO JUIZ.
DETERMINAÇÃO DE DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA PARA SANEAMENTO EM COOPERAÇÃO.
JULGAMENTO ANTECIPADO DO FEITO EM ATO CONTÍNUO.
DECISÃO SURPRESA.
VEDAÇÃO (ART. 9°, CAPUT, E 10 DO CPC).
DEVIDO PROCESSO LEGAL E CONTRADITÓRIO (ART. 5°, LIV E LV, DA CF/1988).
VIOLAÇÃO.
ERROR IN PROCEDENDO.
BOA-FÉ PROCESSUAL.
ENUNCIADO N° 375 DO FPPC.
CERCEAMENTO DE DEFESA.
OCORRÊNCIA.
PRECEDENTES.
DECISÃO MONOCRÁTICA.
SENTENÇA ANULADA.
APELO CONHECIDO E PROVIDO.
I.
Controvérsia relativa ao dever de reparação em razão de suposta falha na prestação de serviços; II.
Sentença que julgou improcedentes os pedidos delineados na petição inicial, ignorando o despacho saneador anterior que determinou a inclusão do feito em pauta para audiência com o fito de assim efetuar em cooperação com os litigantes.
Pronunciamento que se deu imediatamente após o juízo declarar que o feito não se encontrava maduro para julgamento.
Proibição do nemo potest venire contra factum proprium, na espécie processual, que também deve ser observado pelo juízo.
Error in procedendo; III.
Decisão surpresa, que viola o princípio do contraditório.
Sentença anulada.
Necessidade de retorno do feito à origem para regular prosseguimento; IV.
Decisão monocrática.
Apelo conhecido e provido.
DECISÃO Cuidam os autos de apelação interposta por Shirleia Cabral Silva contra sentença exarada pelo Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca De Imperatriz/MA (ID nº 13765838), que julgou improcedentes os pedidos formulados na ação revisional c/c indenizatória em epígrafe, movida em face de Banco do Brasil S/A.
Da petição inicial (ID nº 13765782): A apelante ajuizou a demanda sustentando que possui empréstimos efetuados junto ao apelado, nas modalidades consignado, CDC e outros, e que o recorrido efetua mensalmente descontos pecuniários em sua conta corrente que ultrapassam a margem legal de 30% (trinta por cento) de descontos permitida, o que abala sua renda e dignidade, inclusive de sua família, razão pela qual a recorrente requereu seja o apelado compelido a limitar referidos descontos ao patamar máximo de 30% (trinta por cento) da sua renda líquida e a pagar em seu favor indenização por danos morais.
Da apelação (ID nº 13765842): A apelante requer, preliminarmente, seja declarada nula a sentença, com a determinação de retorno dos autos para a oportunização de dilação probatória, com a realização das audiências de saneamento do feito em cooperação das partes e posterior instrução e julgamento, ou, subsidiariamente, caso assim não se entenda, o provimento do recurso, com o julgamento de procedência dos pedidos delineados na inicial.
Das contrarrazões (ID nº 13765846): O apelado protestou pelo não conhecimento do apelo ou pelo seu desprovimento.
Do parecer da Procuradoria-Geral de Justiça (ID nº 14080143): Manifestou-se no sentido de que o apelo seja conhecido, sem, todavia, opinar em relação ao mérito. É o relatório.
DECIDO.
Da admissibilidade recursal Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso e passo a apreciá-lo monocraticamente, visto que há entendimento jurisprudencial pacificado acerca das teses suscitadas nos autos.
Ademais, importante pontuar a viabilidade do julgamento monocrático nesta instância, com base na súmula n° 568 do Superior Tribunal de Justiça e no entendimento consolidado por aquela Corte Superior no sentido de que inexiste violação ao princípio da colegialidade quando o sistema recursal e, subsidiariamente, as normas regimentais do Tribunal respectivo consagram mecanismos legais para condução da análise do mérito debatido perante o Órgão colegiado competente (CPC, arts. 994, III e 1.021, caput, e RITJMA, art. 641, caput)1.
Do error in procedendo e da nulidade sentencial A apelante alega, sinteticamente, que a sentença incorreu em error in procedendo, uma vez que o juízo de base incorreu em ato contraditório, ao declarar no despacho de ID n° 13765831 que o feito não se encontrava maduro para julgamento, determinando, assim, a designação para audiência de saneamento em cooperação (art. 357, § 3°, do Código de Processo Civil) e, ato contínuo, após peticionamento do apelado, proferiu a sentença impugnada, com o julgamento antecipado do litígio, exarando decisão surpresa, em dissonância com o determinado nos arts 9°, caput, e 10 do CPC, a resvalar em violação ao postulado da proibição do nemo potest venire contra factum proprium e do princípio constitucional do contraditório, negando o direito ao saneamento conjunto, outrora concedido.
Pois bem, de fato, analisando os elementos constantes dos autos, de se inferir que, antes da sentença impugnada, o juízo exarou provimento jurisdicional declarando que o feito não se encontrava maduro para julgamento e que deveriam ser adotadas as providências necessárias à aplicação ao feito do art. 357, § 3°, do CPC.
Após referido ato judicial, sobreveio, então, a decisão de mérito, que, de plano, julgou improcedentes os requerimentos delineados na inicial.
Ocorre que o pronunciamento se deu em clara contradição ao antes ordenado pelo próprio juízo, passando ao largo do prescrito no art. 357, § 3°, do CPC, surpreendendo ambos os litigantes, em especial a apelante, que teve seus pedidos julgados improcedentes de plano.
Trata-se, a toda evidência, de decisão surpresa, em dissonância com o postulado da proibição da contradição (nemo potest venire contra factum proprium), vedada pelos arts. 9º, caput, e 10 do CPC, que proíbe a decisão que se valha de fundamento sobre o qual a parte não tenha se manifestado previamente, além de violar diretamente os princípios constitucionais do devido processo legal e do contraditório (art. 5°, LIV e LV, da Constituição Federal de 1988).
Sob tal aspecto, já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça2: (…) Mesmo antes da vigência do atual Código de Processo Civil, já havia a previsão doutrinária e jurisprudencial, no sentido de vedar a decisão surpresa, por efetiva violação do contraditório.
Isso porque a efetividade das garantias da segurança jurídica, do contraditório e do devido processo legal depende da possibilidade de todos os interessados no resultado terem oportunidade de participar do debate a respeito dos fundamentos relevantes para a formação do convencimento do julgador, razão de ser da vedação às denominadas decisões surpresa. (…);
Por outro lado, de se notar que ambas as partes aguardavam a designação da audiência ordenada para realização de saneamento em cooperação, o que comprova a boa-fé processual dos litigantes, principalmente da apelante, que teve sua expectativas processual frustrada pelo juízo, ao proferir sentença de imediato, violando os dispositivos legais já mencionados e o postulado da boa-fé objetiva que também deve ser seguido pelo órgão jurisdicional.
Sobre o assunto, o enunciado n° 375 do Fórum Permanente de Processualistas Civis pontifica que “O Órgão Jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva”.
Nesse contexto, resta evidenciado o error in procedendo, impondo-se o reconhecimento da nulidade da sentença.
Conclusão Forte nessas razões, com observância ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, art. 11, caput, do CPC, ausente o interesse ministerial, e por tudo mais que dos autos consta, decidindo monocraticamente, CONHEÇO DO APELO e DOU A ELE PROVIMENTO, a fim de anular a sentença e devolver os autos ao Juízo de origem para regular prosseguimento do feito, com observância ao disposto no art. 5°, LV, da CF/1988 e arts. 9°, caput, 10 e 357, § 3°, do CPC, nos termos da fundamentação supra.
Publique-se.
São Luís, data do sistema.
Desembargador Josemar Lopes Santos Relator 1 Precedentes do STJ: AgRg no HC 781552/SP, 5ª turma.
Rel.
Min.
Joel Ilan Paciornik, DJe 1.3.2023; AgRg no AREsp 1399185/SP, 6ª Turma, Rel.
Min.
Antônio Saldanha Palheiro, DJe 10.3.2023; AgInt no AREsp 1951948/SP, 3ª Turma.
Rel.
Min.
Moura Ribeiro, DJe 9.3.2023; AgInt no AREsp 2186156/SP, 4ª Turma, Rel.
Min.
João Otávio de Noronha, DJe 16.2.2023. 2 STJ.
REsp 1985499/RS. 3ª Turma.
Relª.
Minª.
Nancy Andrighi.
DJe 19.5.2022. -
15/06/2023 09:33
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
-
14/06/2023 17:22
Provimento por decisão monocrática
-
03/12/2021 14:37
Conclusos ao relator ou relator substituto
-
03/12/2021 14:23
Juntada de parecer - falta de interesse (mp)
-
30/11/2021 13:32
Expedição de Comunicação eletrônica.
-
30/11/2021 12:03
Proferido despacho de mero expediente
-
29/11/2021 19:55
Conclusos para despacho
-
22/11/2021 09:28
Recebidos os autos
-
22/11/2021 09:28
Conclusos para decisão
-
22/11/2021 09:28
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
30/10/2024
Ultima Atualização
21/11/2024
Valor da Causa
R$ 0,00
Detalhes
Documentos
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Ato Ordinatório • Arquivo
Ato Ordinatório • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Decisão • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Sentença • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Despacho • Arquivo
Informações relacionadas
Processo nº 0801138-40.2021.8.10.0046
Inforservice Comercio e Servicos LTDA.
J. D. Nunes Bezerra - ME
Advogado: Jessica Machado Nunes
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 26/08/2021 16:54
Processo nº 0800439-34.2020.8.10.0127
Banco Bradesco SA
Maria de Castro Aguiar
Advogado: Atos Paulo Nogueira Otaviano
2ª instância - TJMA
Ajuizamento: 22/09/2020 15:25
Processo nº 0800439-34.2020.8.10.0127
Maria de Castro Aguiar
Banco Bradesco SA
Advogado: Antonio de Moraes Dourado Neto
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 10/03/2020 14:59
Processo nº 0804485-07.2018.8.10.0040
Shirleia Cabral Silva
Banco do Brasil SA
Advogado: Ramon Rodrigues Silva Dominices
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 17/04/2018 17:42
Processo nº 0800453-47.2017.8.10.0022
Alderico Martins de Sousa
Banco do Estado do Rio Grande do Sul SA
Advogado: Adjackson Rodrigues Lima
1ª instância - TJMA
Ajuizamento: 15/02/2017 16:20