TJMA - 0800169-64.2021.8.10.0130
1ª instância - Vara Unica de Sao Vicente Ferrer
Polo Ativo
Polo Passivo
Partes
Movimentações
Todas as movimentações dos processos publicadas pelos tribunais
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18/06/2025 13:15
Proferido despacho de mero expediente
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29/01/2025 09:50
Conclusos para despacho
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10/10/2024 15:05
Juntada de petição
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10/10/2024 15:03
Juntada de petição
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09/04/2024 11:12
Arquivado Definitivamente
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09/04/2024 11:11
Juntada de Certidão
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31/01/2024 05:03
Decorrido prazo de EDILTON SOUZA PINHEIRO em 30/01/2024 23:59.
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06/12/2023 01:54
Publicado Intimação em 06/12/2023.
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06/12/2023 01:54
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 05/12/2023
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04/12/2023 15:44
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
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03/09/2023 23:54
Proferido despacho de mero expediente
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14/06/2023 12:57
Juntada de petição
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18/05/2023 18:00
Conclusos para despacho
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18/05/2023 18:00
Execução/Cumprimento de Sentença Iniciada (o)
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18/05/2023 18:00
Evoluída a classe de PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) para CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (156)
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18/05/2023 17:59
Transitado em Julgado em 24/03/2023
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19/04/2023 18:58
Decorrido prazo de BANCO BRADESCO S.A. em 24/03/2023 23:59.
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18/04/2023 15:34
Juntada de petição
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15/04/2023 08:38
Publicado Intimação em 03/03/2023.
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15/04/2023 08:38
Disponibilizado no DJ Eletrônico em 02/03/2023
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02/03/2023 00:00
Intimação
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO COMARCA DE SÃO VICENTE FÉRRER VARA UNICA PROCESSO Nº 0800169-64.2021.8.10.0130 CLASSE(CNJ): PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7) AUTOR(A): MARIA JOSE COSTA Advogado: Advogado/Autoridade do(a) AUTOR: EDILTON SOUZA PINHEIRO - MA17646-A REQUERIDA: BANCO BRADESCO S.A.
S E N T E N Ç A Trata-se de Ação de Anulatória de Débito c/c Pedido de Indenização por Dano Moral proposta por MARIA JOSE COSTA em face do BANCO BRADESCO S.A., requestando indenização por danos materiais e morais, decorrentes de descontos irregulares em seu benefício previdenciário referente a tarifas bancárias com denominação "Cesta Bradesco Expresso".
Alegou ainda que nunca efetuou nenhum tipo de contratação que ensejasse os descontos acima mencionados.
Para tanto, juntou documentos à exordial.
Citada, a parte requerida apresentou contestação de ID. 44308596, suscitando preliminar falta de interesse de agir.
No mérito, alegando em suma, regularidade da contratação e dos descontos efetuados.
As partes não pugnaram por mais provas.
Eis o breve relatório.
Após fundamentar, decido.
DA AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR Afasto a preliminar arguida, porquanto não há necessidade de haver pretensão resistida para propor ações como esta na esfera judicial, haja vista que não é necessário acionamento administrativo frente ao princípio do direito de ação (inafastabilidade do controle jurisdicional) constitucionalmente garantido (Constituição Federal, artigo 5º, XXXV).
Compulsando os autos, verifico que não há necessidade de oitiva da parte autora, por se tratar apenas de matéria de direito.
Ademais, no caso em questão, entendo desnecessária a produção de outras provas além das documentais já apresentadas, visto que o Código de Processo Civil, em seu artigo 330, I, autoriza o magistrado a conhecer diretamente do pedido, proferindo sentença.
Pois bem.
Pelas características da relação jurídica de direito material travada entre as partes, percebe-se que o feito deve estar submetido ao sistema do Código de Defesa do Consumidor e ser tratado por esse prisma.
Observa-se que o julgador poderá inverter o ônus da prova, desde que se verifique a verossimilhança dos fatos alegados e a hipossuficiência do consumidor, nos termos do art. 6º, inciso VIII do CDC.
Neste diapasão, para o caso sub examine, invoco a inversão do ônus da prova, em razão da verossimilhança dos fatos trazidos à apreciação judicial, assim como pela hipossuficiência do consumidor, que em casos dessa natureza é manifestamente vulnerável, não apenas no aspecto econômico, mas também técnico e social.
Veja-se que, em situações como esta, a empresa reclamada detém meios necessários para comprovar a regularidade dos descontos efetuados em conta bancária da parte requerente.
De acordo com as alegações da autora, foram realizados descontos indevidos em seu beneficio previdenciário pela parte requerida, referente à cobrança de “TARIFA BANCARIA CESTA BRADESCO EXPRESSO.”, serviço não contratado com Banco Demandado, no importe de R$ 751,60 (setecentos e cinquenta e um reais e sessenta centavos), conforme documento de Id. 41132493.
Afirma a parte requerente que nunca solicitou tal serviço cobrado pelo requerido para que ensejasse descontos mensais em sua verba de caráter alimentar.
Entendo, no referente caso, que os extratos anexados é suficiente para comprovar a incidência dos descontos questionados, visto ser a única prova que a parte autora poderia dispor.
Na situação, foi demonstrada a verossimilhança dos argumentos ventilados pela demandante, eis que afirma nunca ter realizado qualquer tipo de negócio com o requerido para que este tivesse direito de efetuar tal desconto em seu benefício, fato acobertado pela parte ré, que não anexou aos autos nenhum documento assinado pela autora a fim de comprovar que esta realizou alguma contratação com o requerido.
Ademais, o Plenário deste Tribunal decidiu, nos autos do Incidente de Demandas Repetitivas n.º 3.043/2017 que somente é possível a cobrança de tarifas bancárias na hipótese aventada no aludido incidente na contratação de pacote remunerado de serviços de conta de depósito com pacote essencial, ou quando excedidos os limites de gratuidade previstos na Res. 3.919/2010 do BACEN, “desde que o aposentado seja prévia e efetivamente informado pela instituição financeira”.
Nesse contexto, a responsabilidade da parte ré é objetiva, só podendo ser afastada se comprovar que o defeito não existe ou a culpa pelo dano é exclusiva da vítima ou de terceiros, nos termos do § 3º, do art. 14, da Lei Consumerista, o que não é o caso em questão.
Quanto ao pedido de repetição de indébito, possui razão a requerente, pois os extratos bancários trazidos aos autos comprova a cobrança extraordinária de valores.
O ônus de demonstrar a contratação da tarifa “Cesta Bradesco Expresso” é do réu, através da juntada do instrumento do contrato ou documento similar.
A ausência de documentos que se prestam a comprovar a realização da contratação, comprova que a cobrança é, de fato, indevida.
No caso, a parte ré, apesar de alegar que houve contratação, apenas juntou aos autos seu Estatuto Social, a procuração que concedia poderes aos causídicos e o respetivo substabelecimento e contestação, quedando-se inerte no tocante a juntada de documentos quanto aos fatos ventilados na exordial.
Restou configurada, portanto, a repetição de indébito – na modalidade de pagamento em dobro (art. 42, CDC), em decorrência da má-fé da instituição financeira ao realizar indevidamente descontos de valores de titularidade do requerente, dando azo à restituição na proporção citada pelo código em comento, a título de dano material.
Desta feita, conforme se depreende dos documentos colacionados, o dano material demonstrado corresponde ao quantum indevidamente contratado e descontado, qual seja, R$ 751,60 (setecentos e cinquenta e um reais e sessenta centavos), conforme documento de Id. 41132493.
Assim, constato que o dano material devido refere-se ao valor acima, multiplicado por dois, em razão do indébito em dobro, o que totaliza: R$ 1.503,20 (mil quinhentos e três reais e vinte centavos).
Já em relação ao dano moral, não restam dúvidas de sua ocorrência, uma vez que o autor sofreu constrangimento em receber seu benefício em valor abaixo do devido, tendo que adimplir tarifa de serviços que não foi contratado ou autorizado, constituindo-se tal fato em verdadeira cobrança indevida.
Tudo isso gera no ser humano um misto de impotência e revolta diante desta situação adversa.
Não se pode deixar de mencionar que a parte autora é beneficiária de baixa renda e, certamente, teve que conviver com dificuldades no período em que não recebeu o que lhe era devido.
Assim sendo, o dano moral é in re ipsa, sem a necessidade de qualquer outra prova para a sua ocorrência, prevalecendo o entendimento de que basta a demonstração do nexo de causalidade entre o dano e a conduta do ofensor para que surja o dever de indenizar, condições estas satisfatoriamente comprovadas no caso em análise.
Por fim, quanto ao valor a ser arbitrado a título de dano moral, entendo que este não deve servir de enriquecimento, mas de caráter pedagógico, levando-se em consideração, para sua fixação, o dano sofrido e os critérios balizadores da proporcionalidade e razoabilidade.
Assim, com base nestes princípios, fixo o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de dano moral, tendo em vista a ter pago integralmente o contrato indevido e o valor do empréstimo, bem como as condições pessoais das partes envolvidas.
ANTE O EXPOSTO, com fulcro no art. 487, inciso I, ACOLHO OS PEDIDOS formulados na exordial, para CONDENAR o reclamado BANCO BRADESCO S.A. a pagar à parte reclamante a repetição do indébito em dobro, bem como indenização por dano moral, conforme discriminado a seguir: I) o valor de R$ 1.503,20 (mil quinhentos e três reais e vinte centavos)., equivalente ao dobro do total descontado irregularmente do autor, a partir do efetivo prejuízo, bem como juros de 1% (um por cento) ao mês a partir do evento danoso, que reputo a data do início dos descontos, haja vista a inexistência de contrato; II) a importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais) pelos danos morais sofridos, conforme delineado na fundamentação, corrigidos monetariamente pelo INPC mais juros de 1% ao mês, a contar desta decisão.
Ademais, DETERMINO o cancelamento dos descontos da conta-corrente da autora, sob a denominação “Cesta Bradesco Expresso”, sob pena de multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) por desconto, limitada a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Por derradeiro, CONDENO a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes no importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação.
Por derradeiro, na esteira da Súmula 326 do STJ, a indenização por danos morais fixada em montante inferior ao pedido não configura sucumbência recíproca, pois o valor deduzido na petição inicial é meramente estimativo.
Sendo assim, no presente caso, deixo de aplicá-la.
Transitado em julgado, ARQUIVEM-SE e DÊ-SE baixa na distribuição.
Publique-se.
Registre-se.
Intime-se.
São Vicente Ferrer (MA), datado digitallmente.
Rodrigo Otávio Terças Santos Juiz de Direito Respondendo Titular da Comarca de Alcântara -
01/03/2023 09:26
Enviado ao Diário da Justiça Eletrônico
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09/02/2023 14:10
Julgado procedente o pedido
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11/04/2022 14:49
Conclusos para julgamento
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11/04/2022 14:48
Juntada de Certidão
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11/04/2022 14:44
Juntada de Certidão
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13/11/2021 14:49
Decorrido prazo de BANCO BRADESCO SA em 09/11/2021 23:59.
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13/11/2021 14:47
Decorrido prazo de BANCO BRADESCO SA em 09/11/2021 23:59.
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08/11/2021 22:22
Decorrido prazo de MARIA JOSE COSTA em 03/11/2021 23:59.
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06/10/2021 11:41
Expedição de Comunicação eletrônica.
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22/09/2021 12:34
Proferido despacho de mero expediente
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10/09/2021 11:44
Conclusos para decisão
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10/09/2021 11:44
Juntada de Certidão
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24/05/2021 15:16
Juntada de petição
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13/05/2021 08:31
Decorrido prazo de BANCO BRADESCO SA em 12/05/2021 23:59:59.
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02/05/2021 01:32
Decorrido prazo de MARIA JOSE COSTA em 29/04/2021 23:59:59.
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02/05/2021 01:22
Decorrido prazo de MARIA JOSE COSTA em 29/04/2021 23:59:59.
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12/04/2021 15:56
Expedição de Comunicação eletrônica.
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12/04/2021 15:56
Expedição de Comunicação eletrônica.
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02/03/2021 16:23
Não Concedida a Antecipação de tutela
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19/02/2021 15:24
Conclusos para decisão
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19/02/2021 15:24
Distribuído por sorteio
Detalhes
Situação
Ativo
Ajuizamento
19/02/2021
Ultima Atualização
18/06/2025
Valor da Causa
R$ 0,00
Documentos
Despacho • Arquivo
Petição • Arquivo
Despacho • Arquivo
Petição • Arquivo
Sentença • Arquivo
Despacho • Arquivo
Decisão • Arquivo
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